
Justiça
‘MP não pode ter relação promíscua com juiz’, analisa procurador de Justiça do MP-BA
Para Moreira, os vazamentos não devem anular nenhum processo, como especulam ministros do STF

Foto: Divulgação
Procurador de Justiça do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Rômulo Moreira ressalta que o vazamento de conversas entre integrantes da Lava Jato e o ministro Sérgio Moro são ilegais. Apesar disto, ele condena a relação de proximidade mostrada nos diálogos.
“A forma como isso chegou para a imprensa é condenável. O conteúdo tem que ser analisado. É uma prova imprestável e não creio que modifique alguma coisa ou que incrimine Moro ou alguém. O contrário é até admissível. Pode beneficiar algum acusado. Mas tudo isso é lamentável do ponto de vista ético. Isso faz com que Moro seja suspeito de parcialidade. O MP não pode ter essa relação promíscua com um juiz”, afirmou, em entrevista a José Eduardo, na Rádio Metrópole.
Para Moreira, os vazamentos não devem anular nenhum processo, como especulam ministros do STF, para não contrariar a opinião pública. “Eu não acredito que vá anular processo algum, precisaria de muita coragem. Não acredito que o judiciário teria coragem de ser contra o pensamento majoritário, seria uma afronta contra a opinião pública”, apontou.
O procurador aponta ainda que o ex-juiz Sérgio Moro fica em “posição delicada”. “A grande pretensão dele parecia ser ministro do STF. Se outras conversas vazarem, a imagem dele, nem digo diante da opinião pública, mas sim diante de ministros do STF, vai ficar um tanto quanto desgastada”.
Para Rômulo Moreira, Moro classificar as conversas como normais relevam o caráter do ex-magistrado. “Se ele acha aquele conteúdo normal, mostra o caráter dele. Esse episódio vai entrar como lama na história do Brasil, do direito do Brasil”.
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