Geraldo Jr. terá uma mulher como vice, anuncia Wagner em encontro com líderes da base

Embora a vaga de vice de Geraldo Jr. (MDB) na disputa pela prefeitura de Salvador continue em aberto, já está definido que uma mulher ocupará o espaço e que o nome será oficialmente apresentado no lançamento da pré-candidatura do emedebista, confirmado para o próximo dia 6 na Arena Fonte Nova. A decisão foi anunciada na noite de quinta-feira (23) pelo senador Jaques Wagner (PT), durante o encontro de líderes da base aliada com o comando de campanha do vice-governador, realizado no Hotel Portobello, em Ondina. À Metropolítica, governistas presentes à reunião revelaram que, no momento, a médica infectologista Ceuci Nunes (PT), atual presidente da Bahiafarma, é franca favorita ao posto, apesar de ainda enfrentar resistência por não ser negra, como defende grande parte da ala mais à esquerda no arco de alianças do Palácio de Ondina. 

Honra ao mérito
Para os caciques da base, o saldo da reunião comprovou o acerto da escolha da deputada federal Lídice da Mata (PSB) como coordenadora geral da campanha de Geraldo Jr. A avaliação é a de que, em pouco tempo, a parlamentar conseguiu pôr ordem na casa, unificar os partidos governistas em torno da sucessão na capital, convencer os aliados sobre a necessidade de colocar logo o bloco na rua, assegurar a adesão integral do PT e atrair petistas de alto quilate para o front do duelo contra o prefeito Bruno Reis (União Brasil). Especialmente, Wagner e o governador Jerônimo Rodrigues. Aos aliados próximos, Geraldo Jr. tem repetido que estava convicto do bom desempenho de Lídice, mas que a performance dela superou e muito as expectativas.

Prova dos nove
Políticos presentes à reunião no Portobello citaram dois exemplos que, segundo eles, atestam o sucesso do trabalho de Lídice na linha de frente da campanha. A começar pela mudança de postura das lideranças do PT em relação ao ex-deputado Lúcio Vieira Lima (MDB), resquícios de sua participação ativa no processo que levou ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff em 2016. Ao ter o nome citado, Lúcio foi bastante aplaudido pelas lideranças convocadas para o encontro. No mesmo compasso, garantiram, foi a primeira vez que tropa de candidatos da base à Câmara de Vereadores este ano se mostrou realmente motivada e confiante da possibilidade de vencer a corrida pelo Palácio Thomé de Souza.             

Pausa na separação
Quase metade da bancada baiana na Câmara dos Deputados endossou o pedido de instalação de uma CPI para investigar as operadoras de planos de saúde do país, protocolado na quinta-feira (23) por Aureo Ribeiro, do Solidariedade do Rio de janeiro. Em raro momento de ecumenismo desde que a polarização política contaminou também o Congresso, a lista reuniu gente que milita em campos opostos. Do União Brasil, quatro assinaram: Leur Lomanto Júnior, Dal Barreto, Elmar Nascimento e Arthur Maia. Do PT, três: Joseildo Ramos, Jorge Solla e Waldenor Pereira. 

Geleia geral
A favor da CPI dos Planos teve quem costuma votar lealmente com o governo Lula - caso de Alice Portugal (PCdoB), Lídice da Mata (PSB) e Bacelar (PV) - e os que costumam apoiar o planalto na maioria das vezes, como Félix Mendonça Júnior e Leo Prates, ambos do PDT, Paulo Magalhães e Otto Alencar Filho, do PSD. Houve ainda os que se movem de acordo com os ventos, a exemplo de Ricardo Maia (MDB) e Raimundo Costa (Podemos). Por fim, está a turma que flerta com o bolsonarismo: Márcio Marinho (Republicanos), Jonga Bacelar (PL) e Adolfo Viana (PSDB). Porém, parte deles considera improvável emplacar a investigação. É que há algo ainda mais ecumênico que a lista de assinaturas. Basicamente, o poderoso lobby dos planos.

Reação adversa
Aliados da prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, acham que o pré-candidato petista na cidade, Antonio Rosalvo, cometeu um erro que pode custar caro a ele, ao dizer recentemente que iria "tapar a boca" da vereadora Débora Regis, sua concorrente no páreo. Primeiro, porque a fala pegou mal junto aos movimentos de defesa dos direitos das mulheres na política, bandeira da militância de esquerda. Depois, pelo risco de provocar o que os estrategistas eleitorais costumam chamar de "efeito massa de pão". Em suma, há rival que cresce na mesma proporção com a qual é sovado. Lembram que após reverter a cassação do mandato, fruto de ofensiva patrocinada por Moema, Débora só fez aumentar o recall.

Pele de ébano
Parlamentares baianos com livre acesso ao andar de cima do Palácio do Planalto afirmam que a cantora Margareth Menezes se tornou um dos pouquíssimos quadros da Esplanada dos Ministérios com 100% de aprovação pelo presidente Lula. Desde que assumiu a pasta da Cultura, dizem, Maga cumpriu todas as missões confiadas a ela até o momento, nunca criou dor de cabeça para o chefe ou atritos de natureza política e consolidou uma imagem positiva na mídia. Como volta e meia o destino faz par com a ironia, era enorme o número de apoiadores e adversários de Lula que torceram o nariz para a nomeação da artista, movidos pela certeza de que sua gestão seria um fiasco.