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Caciques do União Brasil e do PP apostam que partidos deixarão base de Lula entre agosto e outubro

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Por Jairo Costa Júnior

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Caciques do União Brasil e do PP apostam que partidos deixarão base de Lula entre agosto e outubro

Embora ocupem três ministérios, parlamentares da federação que une as duas siglas já se comportam como oposição ao presidente e pressionam pela ruptura imediata

Caciques do União Brasil e do PP apostam que partidos deixarão base de Lula entre agosto e outubro

Foto: Divulgação

Por: Jairo Costa Jr. no dia 11 de junho de 2025 às 18:04

Cardeais do União Brasil e do PP na Bahia garantem que os dois partidos, agora unidos em torno de uma federação, devem deixar oficialmente a base aliada ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) logo após o recesso parlamentar do meio do ano. Consultados pela Metropolítica, parlamentares de ambas as siglas afirmaram que a pressão interna pelo rompimento aumentou bastante nos últimos dias, com deputados federais pregando a saída imediata e a entrega dos ministérios ocupados pelas legendas, sendo dois da cota do União Brasil (Turismo e Comunicações) e um do PP (Esporte).

Legião da resistência
"A tendência é que a gente corte os laços que ainda restam com o governo Lula entre agosto e outubro, no mais tardar novembro. Mas é quase consenso que de 2025 não passa. Há ainda resistências, sobretudo, por parte de lideranças do PP no Nordeste, onde Lula ainda mantém bons índices de popularidade. Pela parte do União Brasil, Davi Alcolumbre (presidente do Senado) é um dos poucos que têm se mostrado reticentes quanto à saída formal da base. O que deve ter relação com o fato de que ele é o padrinho da nomeação de Frederico Filho para o Ministério das Comunicações", disse um influente integrante da recém-criada federação que uniu os dois partidos.

Carimbo no passaporte
Uma demonstração clara da temperatura antigovernista na chamada União Progressista foi dada nesta quarta-feira (11), quando as duas legendas anunciaram que vão fechar questão contra quaisquer propostas de aumento de impostos anunciadas na segunda-feira (10) pelo Ministério da Fazenda, para compensar a repercussão negativa provocada pela natimorta elevação do IOF. Entre as quais, fim da isenção tributárias para certos investimentos, elevação da alíquota mínima da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) para instituições financeiras e redução de benefícios fiscais.

Bota-fora
Antes, em 27 de maio, o ex-prefeito de Salvador e vice-presidente do União Brasil, ACM Neto, defendeu a entrega de cargos que a sigla tem no governo Lula. Ao mesmo tempo, pregou a unidade da direita em torno de uma candidatura competitiva para concorrer contra o presidente em 2026.

Pena de milhões
Irregularidades na construção de um laboratório de ensaios de produtos médicos no antigo Cefet, atual Instituto Federal da Bahia (Ifba), levaram o Tribunal de Contas da União (TCU) a condenar o ex-superintendente da Fundação Escola de Administração da Ufba (FEA) Luiz Marques de Andrade Filho e a própria entidade a ressarcir os cofres públicos em R$ 2,7 milhões. A verba foi destinada à FEA de 2010 a 2015 por meio de convênio firmado com a Finep, estatal federal voltada a financiar projetos nas áreas de ciência, tecnologia e inovação. Além da punição milionária, tanto Luiz Marques Filho quanto a fundação terão que pagar multa de R$ 29 mil e R$ 35 mil, respectivamente.

Novela repetida
Não é a primeira vez que Luiz Marques Filho e a FEA se enrolam com órgãos de controle externo. Em setembro de 2015, o Ministério Público da Bahia (MP) ajuizou ação de improbidade administrativa contra o ex-número um da entidade por supostos desvios de R$ 39 milhões oriundos de convênio firmados com a Secretaria Municipal de Educação de 2019 a 2012, durante a gestão do ex-prefeito João Henrique (PL). À época, foram denunciados também o ex-secretário de Gestão da prefeitura de Salvador no primeiro mandato de ACM Neto (União Brasil) à frente do Palácio Thomé de Souza, e o deputado federal João Carlos Bacelar (PV), que comandava a pasta da Educação no período dos desvios.

Túnel do tempo
As investigações conduzidas pelo MP detectaram vícios em contratos com a FEA, fraudes em cotações de preços e terceirização irregular.  De acordo com a denúncia, foi comprovado que diversas empresas contratadas tinham como sócios as mesmas pessoas. Entre as quais, Paupério e o então chefe da fundação. Tais empresas, destacou o MP, firmaram 17 contratos com a FEA sem qualquer prova de realização dos serviços. Na ação,  Luiz Marques Filho foi acusado de enriquecimento ilícito, por ter obtido "vantagem patrimonial no manejo do dinheiro público". O MP descobriu ainda que, enquanto ocupava a direção da FEA, ele também era sócio de uma das empresas beneficiadas pelo esquema. 

Sinal verde            
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, autorizou o governo estadual a contrair empréstimo com garantias da União no valor de R$ 252 milhões junto ao BNDES para financiar o Projeto Sertão Vivo na Bahia, iniciativa articulada pelo governo federal com foco no fortalecimento da agricultura familiar em cidades gravemente afetadas pelas secas na Região Nordeste. No estado, a estimativa é beneficiar 75 mil famílias de 35 municípios do semiárido.

Bis para Jera
Esta é a segunda liberação de contrato de crédito concedida por Haddad para o governo Jerônimo Rodrigues (PT) em menos de dois meses. Em 15 de abril, o ministro liberou empréstimo de R$ 1 bilhão com o Banco do Brasil. O dinheiro, segundo o Executivo estadual, será destinado a obras de mobilidade e infraestruturas urbana, hídrica e viária. 

Pacote turbinado
O interesse de grandes patrocinadores em investir apenas em projetos de maior valor fez com o que o presidente da Fundação Gregório de Mattos (FGM), Fernando Guerreiro, dobrasse o teto da nova edição do programa Viva Cultura. Antes, cada proponente poderia apresentar uma ou mais propostas para as mais variadas áreas culturais desde que a soma não excedesse R$ 500 mil. Agora, o montante foi ampliado para R$ 1 milhão. A notícia trouxe alívio a produtores e artistas que temiam perder o acesso aos  recursos por terem projetos com custo superior ao fixado anteriormente pela FGM.