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Presidentes da Câmara e Senado são campeões de voos nos jatos da FAB em julho
Levantamento da coluna mostra sete viagens de Hugo Motta e Davi Alcolumbre, cada, nas aeronaves custeadas pelo contribuinte; lista inclui fim de semana nos estados de origem e rolé em festival com tropa de convidados
Foto: Reprodução
Os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), lideram com folga o ranking das autoridades que mais utilizaram voos da Força Aérea Brasileira (AB) em julho, apontam os registros mais atuais do Comando da Aeronáutica. Ambos somam sete viagens cada. Motta, por exemplo, foi com um acompanhante e voltou com seis de Brasília para São Paulo no último dia 1º, quando já embarcou em um novo trecho: de Brasília para Lisboa, com escala na cidade de Praia, em Cabo Verde. Voltou da capital portuguesa em 6 de julho, após participar do Fórum de Lisboa, o controverso convescote jurídico-empresarial que o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), organiza todo ano. Aproveitou e carregou com ele seis pessoas, cujos nomes não foram informados.
Minha casa, meu voo
Em 11 de julho, uma sexta-feira, o presidente da Câmara usou novamente o jatinho da FAB para passar o fim de semana em João Pessoa, capital da Paraíba, seu estado de origem. Levou junto nada menos que 16 acompanhantes, quase um voo comercial de curta duração. Retornou para Brasília segunda-feira (14). Dessa vez, com 15 pessoas. Por fim, Hugo Motta embarcou em outra aeronave militar para visitar São Paulo, no dia 17, ao lado de seis convidados. Como é de praxe na Força Aérea, os demais nomes não são divulgados ao público.
De bois e boiadas
Já Davi Alcolumbre tinha embarcado pela FAB no dia 27 de junho, com oito convidados, para Parintins, no Amazonas, onde foi ao célebre festival de Boi-Bumbá, e retornou para Brasília com dois passageiros a mais do que havia levado. Como desistiu de ir para o fórum de Gilmar Mendes, também conhecido como Gilmarpalooza, no rastro do mal-estar com o governo Lula decorrente da derrubada do IOF, decidiu passar um fim de semana na capital amapaense, Macapá, cidade onde nasceu. Embarcou dia 3, uma quinta-feira, e retornou a Brasília na segunda seguinte (7), com oito e seis acompanhantes a bordo, respectivamente.
Happy weekend
O presidente do Senado voou de novo em um FAB para São Paulo no último dia 11, rumou no sábado (12) para Macapá, passou outro fim de semana na cidade natal com deslocamento às expensas do contribuinte e voltou à capital federal na segunda subsequente (14). No dia 18, utilizou um jatinho militar para visitar São Paulo em plena sexta-feira. Como fez nas viagens anteriores, Davi Alcolumbre sempre teve companhia de passageiros convidados por ele nos últimos voos que realizou em aviões cedidos pela Força Aérea.
Segunda fila
Outras duas autoridades também apareceram com frequência nos registros de viagens feitas a bordo de uma aeronave da FAB este mês, os dois com cinco, cada. É o caso do presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso. Em 14 de julho, foi de São Paulo, onde passou o fim de semana, para Brasília. De lá, Barroso partiu, no último dia 17, em um périplo por três capitais nordestinas. São Luiz (Maranhão), Fortaleza (Ceará) e Recife (Pernambuco). O rolé do ministro do STF, feito com aproximadamente dez acompanhantes em todos os trechos, só terminou na terça-feira passada (22). Por fim, vem o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, que fez voos de ida e volta entre Brasília e São Paulo, para passar o fim de semana em casa e voltar ao trabalho na Esplanada dos Ministério.
Em algum lugar do passado
A proposta da BYD para que o governo federal conceda redução de impostos na importação de kits made in China usados na montagem de carros elétricos no país, cuja análise será realizada quarta que vem (30) pela Câmara de Comércio Exterior, reativou na memória de pesos pesados da oposição e do setor produtivo o fiasco com a construção de uma fábrica da Asia Motors, subsidiária da gigante coreana Kia, em Camaçari. Para quem não lembra, a companhia anunciou, como contrapartida por isenção de impostos sobre veículos importados da marca, a construção de uma unidade no fim de 1999. O assunto foi tratado com pompa e circunstância pelos governos César Borges (1999-2022) e Paulo Souto (2003-2006), mas no fim nunca saiu do papel. Depois de lucrar bilhões com o benefício tributário, a Kia enterrou o projeto sem erguer um só pilar e o caso virou cobrança judicial do governo brasileiro até hoje não resolvida.
Parece, mas será?
Embora parte do empresariado baiano veja diferenças entre os casos da Kia e da BYD, já que a chinesa está efetivamente construindo uma unidade em Camaçari, e ache que a proposta da companhia, caso seja aprovada, provocará à economia brasileira perda de R$ 180 bilhões em investimentos previsto pelas montadoras tradicionais até 2030, como estima a associação que as representa (Anfavea), outra parte vai além. Em resumo, tem convicção de que, uma vez reduzido tributos de 10 a 13 pontos percentuais, a depender do tipo de kit, a BYD verá que sai muito mais barato continuar vendendo carros, em tese, importados, com a carga fiscal de um produto 100% nacional. Ou que, no mínimo, não será uma fábrica, mas uma linha de montagem de carros 100% feitos na China em diferentes conjuntos de peças reunidos no Brasil.
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