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Ofensiva de Elmar é apontada como estopim para crise do União Brasil em Pernambuco

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Por Jairo Costa Júnior

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Ofensiva de Elmar é apontada como estopim para crise do União Brasil em Pernambuco

Baiano garante apoio do partido a prefeito de Recife em troca da votos na corrida pela presidência da Câmara dos Deputados

Ofensiva de Elmar é apontada como estopim para crise do União Brasil em Pernambuco

Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados

Por: Jairo Costa Jr. no dia 01 de junho de 2024 às 06:00

Favorito na corrida pela presidência da Câmara em 2025, o deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil) é apontado como grande responsável pela crise no diretório do partido em Pernambuco. A origem da confusão está no acordo fechado entre Elmar a cúpula do PSB que garantiu o apoio do União Brasil à reeleição do prefeito de Recife, João Campos, filho do ex-governador Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo na campanha presidencial de 2014 e neto do lendário Miguel Arraes, um dos mais importantes nomes da esquerda brasileira e quadro histórico da sigla socialista. A recompensa pela costura de Elmar favorável a João Campos foi a promessa de adesão dos deputados do PSB à candidatura do parlamentar baiano à sucessão de Arthur Lira (PP-AL) no comando da Casa.

Me inclua fora dessa
O embarque do União Brasil no palanque do PSB de Recife levou o deputado federal Mendonça Filho a pedir licença da direção do partido na capital pernambucana. Ex-ministro dos Educação e principal liderança do antigo DEM no estado, Mendonça Filho admitiu a aliados próximos que decidiu se afastar por causa da determinação da Executiva Nacional da legenda de referendar o acordo de Elmar com o PSB. Disse ainda que era aliado da governadora Raquel Lyra (PSDB) e que, por isso, apoiaria o maior concorrete de João Campos, o deputado tucano Daniel Coelho.

Pista limpa
Consultados pela Metropolítica, parlamentares que fazem parte da tropa leal a Elmar acham que o acordo com o PSB de Pernambuco, cujo fechamento lhe assegura 15 votos, fortalece bastante sua posição frente aos dois mais fortes rivais no páreo - o também baiano Antonio Brito (PSD) e Marcos Pereira (Republicanos-SP), que atualmente ocupa a primeira vice-presidência da Câmara. Em compasso simultâneo, consolida outra etapa nas articulações do líder do União Brasil na Casa para garantir o apoio de siglas que gravitam a órbita da esquerda. Daí os repetidos acenos que tem feito em direção ao PT da Bahia.

Relação discutida
A coluna apurou ainda que o acerto de Elmar com o PSB contou com apoio total do ex-prefeito ACM Neto, vice-presidente do União Brasil, e levou ao distensionamento na relação entre ambos. Na noite da última quarta-feira, por exemplo, os dois estiveram lado a lado no lançamento da pré-candidatura do ex-prefeito de Santo Amaro ao comando da cidade. No palco do evento, fizeram juras mútuas de amizade e disseram que nenhuma intriga estragaria a relação entre eles. Antes do acordo com os socialistas, Neto e Elmar entraram em rota de colisão a partir dos acenos feitos pelo parlamentar ao governador Jerônimo Rodrigues (PT) e posterior ameaça de retaliar os deputados estaduais do partido que votassem a favor de projeto de interesse do Palácio de Ondina.

Avesso do avesso
A julgar pelos atritos no PDT da Bahia, o União Brasil está longe de ser o único partido com crise em diretórios estaduais por causa de acordos relativos à sucessão municipal. Em Irecê, os pedetistas lançaram a pré-candidatura do vereador Figueredo Amorim (PDT) a prefeito. Ainda assim, o deputado federal Leo Prates declarou apoio ao vereador Murilo Franca (PSB), escolhido pelo atual prefeito Elmo Vaz (PSB) para representá-lo na eleição, com aval do PT e do governador. A postura de Leo abriu um racha com o deputado federal Félix Mendonça Júnior, que preside o PDT no estado, e irritou o cacique nacional da legenda, Carlos Lupi, ministro da Previdência. Recentemente, Lupi postou um vídeo nas redes sociais, em que deixa clara a posição a favor Figueredo. 

Línguas diferentes
Fora Irecê, a batalha eleitoral em outros dois grandes municípios baianos amplificou o clima de divisão interna no PDT. Em Lauro de Freitas, Leo Prates nunca apoiou a pré-candidatura a prefeita da vereadora Débora Régis quando ela era pedetista. Mudou de ideia após Débora ingressar no União Brasil, em movimento que irritou Félix Júnior. Agora, passou a apoiar Débora publicamente. Em Vitória da Conquista, o PDT chegou a anunciar a pré-candidatura a prefeito do advogado Marcos Adriano, com aval de Félix. Mas Leo, pedetista mais bem votado no município para deputado federal em 2022, forçou a legenda a apoiar a reeleição da prefeita Sheila Lemos (União).

Nova fase
Com as verbas da terceira parcela dos precatórios do Fundef e do abono extraordinário depositado na conta dos professores da rede estadual de ensino, sindicatos e entidades que representam a categoria vão concentrar esforços no novo duelo referente à divida judicial com os profissionais do magistério. Mais precisamente na ação movida junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) em que cobram do governo do estado o pagamento de juros e correções de mora que foram excluídos de todas as prestações dos precatórios.

Dendê com pequi
O governo Ronaldo Caiado (União Brasil) virou abrigo para acomodar parentes baianos da primeira-dama do estado, Gracinha Caiado. Dirigente da OVG, que atua nos mesmos moldes das Voluntárias Sociais da Bahia, Gracinha empregou dois sobrinhos na entidade. Um é Décio Agrario Calazans Wendorf, nomeado desde 2019 para um cargo na OVG, com salário de aproximadamente R$ 17 mil. Outra é a triatleta Renata Wendorf de Carvalho, recentemente agraciada por um posto de direção, com salário mesal de cerca de R$ 20 mil.