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Bruno Reis deve colocar ao menos três vereadores eleitos no secretariado para acomodar aliados derrotados

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Por Jairo Costa Júnior

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Bruno Reis deve colocar ao menos três vereadores eleitos no secretariado para acomodar aliados derrotados

Integrantes do União Brasil, Republicanos e PDT são cotados para o alto escalão do prefeito; objetivo é abrir vaga na Câmara para suplentes leais a ele

Bruno Reis deve colocar ao menos três vereadores eleitos no secretariado para acomodar aliados derrotados

Foto: Divulgação

Por: Jairo Costa Jr. no dia 12 de outubro de 2024 às 06:00

Líderes da base aliada ao Palácio Thomé de Souza na Câmara Municipal e quadros do alto escalão da prefeitura de Salvador tratam como fato consumado a ida de pelo menos três vereadores eleitos este ano para o secretariado do prefeito Bruno Reis (União Brasil) a partir de janeiro. No topo das apostas, está a nomeação de um dos sete integrantes da futura bancada do próprio União Brasil, em movimento articulado pelo prefeito para acomodar o ex-vereador Orlando Palhinha, que terminou a corrida como primeiro suplente. A dúvida é o nome. A princípio, duas alternativas surgem com maior força no radar: Marcelle Moraes, que chefiou a pasta de Sustentabilidade, Resiliência, Bem-Estar e Proteção Animal (Secis) durante boa parte da primeira gestão de Bruno, e Duda Sanches, que chegou a ser cogitado para uma secretaria no início de 2021, mas esbarrou à época na falta de graduação em ensino superior, exigida para o cargo. Agora diplomado em Gestão Pública, Duda surge como franco favorito a entrar na equipe do prefeito.

Amigo de fé
Na mesma leva de especulações sobre a dança de cadeiras na prefeitura, está o Republicanos. Braço político da Igreja Universal, o partido elegeu quatro vereadores na capital e é tido como presença certa no time principal de Bruno Reis. Vereadores com trânsito livre no gabinete do prefeito acham que Luiz Carlos, reeleito pela legenda com a terceira maior votação geral, possui prioridade na fila dos cotados. Sobretudo, por ter sido secretário municipal de Infraestrutura e Obras Públicas. Mas, nesse caso, Bruno é que tem interesse pessoal em puxar um quadro do Republicanos para o Thomé de Souza. O objetivo é abrir espaço para que Beca permaneça na Câmara. Tido como um dos aliados mais leais a ele na sigla, Beca conquistou 7.642 votos e acabou na primeira suplência. 

Prêmio de consolação
Por fim, o PDT também aparece na lista de partidos com vereadores cotados para ganhar uma secretaria na prefeitura ano que vem. Assim como no União Brasil, a incógnita também gira em torno de quem será escolhido. Auxiliares próximos a Bruno Reis apontam duas possibilidades. A mais citada é a nomeação de Omarzinho Gordilho, que antes da candidatura à Câmara comandava a Limpurb. A outra é Roberta Caires, apadrinhada politicamente pelo ex-prefeito ACM Neto. O ingresso de um vereador pedetista no secretariado tem como pano de fundo o desejo de minimizar o fracasso do deputado federal Leo Prates em eleger o candidato apoiado por ele, Zilton Kruger Netto. Ex-chefe da Defesa do Consumidor de Salvador (Codecon), Zilton Netto precisa que um correligionário eleito ganhe assento no Executivo municipal para assumir o espaço.

Redução de velocidade
Reservadamente, caciques do União Brasil afirmaram à Metropolítica que o mau desempenho de Zilton Netto nas urnas pode fragilizar bastante a posição de Leo Prates na batalha pela candidatura a prefeito de Salvador no bloco de Bruno Reis em 2028. Até então, Prates era considerado herdeiro natural da vaga e contava com o apoio incondicional de ACM Neto. "Creio que, para reverter o cenário, ele terá que multiplicar a visibilidade nos dois últimos anos de mandato no Congresso, se reeleger deputado federal em 2026 e, na sequência, garantir uma secretaria de destaque na prefeitura, que tenha vitamina no caixa, para chegar mais oxigenado no páreo do que está hoje. Do contrário, corre risco de ser ultrapassado. Em especial, pela vice-prefeita Ana Paula (PDT), que saiu com bom capital das eleições e pertence ao círculo íntimo do prefeito", projetou um influente político da oposição ao PT no estado.

Antes e depois
Para outro cardeal da tropa alinhada ao União Brasil, a definição sobre o candidato do grupo em 2028 passa antes pela corrida de 2026. Caso ACM Neto seja eleito governador do estado, terá poder para interferir na escolha. O que favorece Leo Prates no tabuleiro. Se Neto for novamente derrotado, Bruno Reis possuirá a prerrogativa máxima sobre o veredito. Nesse panorama, ninguém arrisca um palpite.

Vira, virou!
Poucos dirigentes de partido ficaram tão felizes com o resultado da sucessão em Salvador quanto o deputado federal Félix Mendonça Júnior. Presidente do PDT no estado, o parlamentar obteve um trunfo no duelo travado com o Republicanos por espaço na chapa majoritária encabeçada pelo União Brasil . "Veja bem. Eles argumentavam que eram mais fortes que nós porque tinham um número maior de vereadores e de votos na capital. O retrato mudou. O PDT emplacou quatro vereadores. O Republicanos idem. Mas a soma de votos dos nossos eleitos ficou bem acima, assim como ganhamos na votação geral com todos os candidatos. Também fizemos oito prefeitos na Bahia, contra cinco deles. Quero ver o que vão falar agora", disparou Félix.

Boca no trombone
Uma dos duelos mais aguardados na Câmara Municipal a partir de 2025 terá como protagonista a vereadora eleita Eliete Paraguassu (Psol). Surpresa na batalha pelo Legislativo com 8.479 votos, Eliete foi impulsionada pelo eleitorado das ilhas de Maré e de Bom Jesus dos Passos. Isso porque ela se tornou porta-voz das comunidades que lutam contra os interesses da especulação imobiliária nas ilhas de Salvador. Ao longo da campanha, Eliete foi alvo de artilharia pesada, cujo intuito era impedir sua vitória. A expectativa é de que, ao assumir o mandato, ela exponha na vitrine detalhes sobre a ofensiva de grandes investidores empenhados em dominar áreas cobiçadas na Baía de Todos os Santos.

Bala de prata
Antecipada pela coluna na última quarta-feira (09) e confirmada pelo ministro Rui Costa na sexta (11), a vinda do presidente Lula para o segundo turno das eleições em Camaçari, agendada para semana que vem, foi festejada pelo comando de campanha do candidato do PT a prefeito da cidade, Luiz Caetano. A presença de Lula ao lado do petista é considerada fundamental no último confronto com o vereador Flávio Matos (União Brasil), ex-presidente da Câmara de Camaçari e representante da oposição na guerra pelo quarto maior colégio eleitoral da Bahia. Ambos terminaram o primeiro round praticamente empatados, com ligeira vantagem de 559 votos para Caetano.