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Alvos da PF por desviar verbas da saúde, dirigentes do INTS movimentaram R$ 189 milhões em sete anos

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Prefeito de Jequié é o 'Plano A' de ACM Neto para vice em 2026, afirmam caciques do União Brasil
Líderes da oposição garantem que ex-prefeito sonha com Zé Cocá na dobradinha e atribuem preferência à força política do pepista no interior
Foto: Divulgação
Aliados de ACM Neto (União Brasil) garantem que o prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), é o preferido do ex-prefeito de Salvador para ocupar a vaga de vice na disputa pelo governo do estado em 2026. Aliados que pertencem ao círculo íntimo de Neto afirmaram à coluna que ele considera a dobradinha com Cocá a melhor opção, no momento, para enfrentar o governador Jerônimo Rodrigues (PT) onde o adversário é bem mais forte. Ou seja, o interior baiano, reduto consolidado do PT no qual Jerônimo levou a melhor na imensa maioria das cidades em 2022. Considerando a capital e região metropolitana, o placar final ficou em 364 municípios conquistados pelo petista, contra 53 de Neto, quase sete vezes mais.
Figura de proa
A escolha por Zé Cocá se deve ao seu fortalecimento como liderança regional. Nome em ascensão na política baiana, o prefeito de Jequié iniciou a trajetória pública governando de 2008 a 2016 a pequena Lafayette Coutinho, cidade do Sudoeste da Bahia com pouco mais de quatro mil habitantes. Dois anos depois de deixar o comando da cidade e tido como azarão, surpreendeu em cena ao ser eleito deputado estadual em 2018 com quase 60 mil votos. O que lhe garantiu o 29º lugar, em um total de 63 vagas. Dois anos depois, pediu licença do mandato para concorrer à prefeitura de Jequié, vencida por ele em decisão apertada, por menos de três mil votos. Já em 2024, foi reeleito com 92%.
Mapa tático
"A preferência por Cocá não se deve apenas à trajetória vitoriosa dele nos cargos em que disputou. É muito também o fato de que Cocá se tornou um líder de fato para diversas cidades do entorno de Jequié, em especial, no Sudoeste e no Vale do Rio de Contas, composto de mais 13 municípios, como Ipiaú, Itagibá, Jitaúna, Ubatã, Itamari, Itagi, Ubaitaba e Aiquara, cidade natal de Jerônimo. Ele se tornou uma força política nessa região e tem ascendência sobre os prefeitos dali. Isso interessa bastante a ACM Neto", avaliou um cardeal com assento na Executiva Estadual do União Brasil. "Sem falar que a ex-primeira-dama Aline Peixoto é de Jequié e o ministro Rui Costa (Casa Civil) tem ligações muito intensas com esse pedaço do estado", emendou.
Pedra no caminho
Outro cacique do União Brasil bastante próximo a ACM Neto disse que o ex-prefeito de Salvador sonha com a candidatura de Zé Cocá a vice-governador pelo bloco da oposição, mas admite que há dificuldades ainda difíceis de transpor no caminho entre o abstrato e o concreto. Isso porque Cocá, desde o início do ano, iniciou um processo de reaproximação com a base do PT, no mesmo movimento que levou a uma debandada de prefeitos aliados ao União Brasil no interior aborrecidos com o que consideravam tratamento distante dispensado a eles por Neto após as eleições de 2022. Na cúpula do PP baiano, há quem duvide de um acordo entre o prefeito de Jequié e Neto, mas há também quem acredite que não é uma hipótese tão improvável assim. Em especial, por conta da federação que une PP e União Brasil.
Compasso de espera
No cortejo da base governista para a próxima sucessão estadual, a tese é de que quaisquer definições sobre a montagem do palanque principal vai depender, agora, de como se comportará o PSD em nível nacional. Nos corredores do Congresso, uma eventual ruptura do partido com o PT na corrida presidencial ultrapassou as fronteiras da mera especulação e virou mais uma variável nos cálculos sobre as eleições do ano que vem. A interrogação diz respeito ao quanto a guinada do PSD para a disputa nacional pode interferir na batalha estadual.
Dedo no gatilho
Deflagrada no último dia 12 pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) para desmantelar um esquema de desvios de verbas da saúde pública em Salvador, a Operação Dia Zero já tem engatilhado um novo cerco da ofensiva. Fonte com acesso a detalhes da investigação revelou que a mira da futura fase está colocada sobre um ex-presidente do Instituto Nacional de Tecnologia em Saúde (INTS), epicentro da picaretagem com recursos federais destinados ao SUS na capital.
É meu e ninguém tasca!
Integrantes da tropa bolsonarista na Bahia estão convictos de que, independente do lançamento de mais de uma candidatura competitiva no campo da direita ao Palácio do Planalto, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) colocará alguém com o sobrenome no páreo. O deputado federal Eduardo, filho "03", ocupa o centro das apostas. A ex-primeira-dama, Michelle, vem na segunda colocação. A convicção foi cristalizada depois que a turma soube de que Bolsonaro decidiu fazer um périplo pelo estado em agosto e setembro, como parte da estratégia de não deixar vácuo para concorrentes dentro da mesma órbita.
Acerto de contas
Ex-prefeito de Macarani de 2013 a 2016, o empresário Antônio Carlos Macedo Araújo, o Carlinhos (MDB), foi condenado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) a ressarcir os cofres públicos em R$ 1,76 milhão, fora correção monetária e juros de mora, por supostos desvios de verbas do Fundo Nacional de Saúde (FNS) destinadas à expansão do sistema de abastecimento de água do município situado no Sudoeste do estado. De acordo com o TCU, Carlinho não conseguiu provar gastos milionários relativos a um convênio firmado com o FNS em 2012 e executado durante sua gestão. Pela irregularidade, o emedebista terá ainda que pagar multa de R$ 74 mil.
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