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'Problema grave': fundadora de ONG do Reino Unido critica inexistência de lei para crimes de ódio no Brasil

Internacional

'Problema grave': fundadora de ONG do Reino Unido critica inexistência de lei para crimes de ódio no Brasil

Organização que combate discurso de ódio na internet trabalha com pessoas de diversos países, inclusive do Brasil, com alunos da UFRJ

'Problema grave': fundadora de ONG do Reino Unido critica inexistência de lei para crimes de ódio no Brasil

Foto: Metropress

Por: Adele Robichez no dia 28 de janeiro de 2021 às 12:17

Em entrevista à Rádio Metrópole, a jornalista e pesquisadora Beatriz Buarque, criadora da Organização não governamental (ONG) Words Heal The World ("Palavras curam o mundo", traduzido para o português), no Reino Unido, classificou como "um problema grave" a inexistência de uma lei específica para crimes de ódio no Brasil e afirmou que os discursos de ódio na internet são motivados pela "onda de extrema direita" que assola o mundo.

"É um problema grave que o Brasil não tenha uma lei específica para crimes de ódio", exprimiu a fundadora da organização. Ela criticou também que a Justiça não considere os crimes de preconceito como agravantes. "Se uma pessoa negra for fisicamente violentada por conta da sua cor, esse motivo racial não fica nem nos registros", afirma.

Segundo Beatriz, o aumento da violência no Brasil e nos outros países "tem muito a ver com a onda de extrema direita que está tomando conta de diversos países do mundo". Ela afirma que nos Estados Unidos, por exemplo, mesmo com a saída do ex-presidente Donald Trump do poder, "os grupos de apoio continuam muito ativos na internet e esses discursos [de ódio] se concretizam em atos de violência na realidade".

Segundo ela, por conta disso, a sua ONG surgiu em 2018 para capacitar jovens alunos universitários para "utilizar os seus talentos para combater discursos de ódio, extremismos e promover a paz". A organização trabalha com pessoas de diversos países, inclusive do Brasil, com alunos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde a atuação funciona como um curso de extensão. Além deles, alunos do Reino Unido, México, Colômbia e da Argentina, produzem, juntos, conteúdos de enfrentamento ao racismo, homofobia e intolerância religiosa.

As pessoas podem acessar os conteúdos no site da ONG ou nas páginas do Facebook, no Instagram e no canal do YouTube.