
Internacional
Lava Jato do Peru organizou mentiras em delação contra ex-presidente
Funcionários da empreiteira Odebrecht também foram coagidos a adulterar os fatos delatados

Foto: Divulgação/Presidencia Perú
O site The Intercept Brasil revelou que o procurador David Castillo, do Ministério Público do Peru, pediu para que um investigado mentisse para incriminar o ex-presidente da República Ollanta Humala. A reportagem, constituída em conjunto com o jornal peruano OjoPúblico, aponta que pelo menos dois membros do Ministério Público do país foram gravados induzindo um preso a mentir ou omitir fatos sobre sua ligação com investigados na Lava Jato peruana.
Funcionários da empreiteira Odebrecht também foram coagidos a adulterar os fatos delatados. Dessa forma, não haveria contradições nas denúncias que os investigadores preparavam contra políticos do país, entre eles o ex-presidente.
Áudios obtidos pela reportagem mostram gravações de voz de Martín Belaunde Lossio, um marqueteiro e operador político que aspira a se tornar delator premiado para se livrar da prisão. Ex-braço direito de Humala em suas campanhas presidenciais, ele é peça-chave em ao menos um processo contra o político, que governou o Peru entre 2011 e 2016.
"O que o senhor vai nos dizer precisa ter concordância com a tese da procuradoria", deixa claro o procurador. Preso, Belaunde revela que o procurador do MP lhe pediu para mentir e dizer que não sabia de uma alegada doação eleitoral de 400 mil dólares da Odebrecht a Humala porque o ex-diretor da construtora, Jorge Barata, havia negado ter feito o pagamento. Confira a reportagem.
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