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Família de Kézia diz que advogado agredia vítima durante brigas e teme impunidade: "Ele tem dinheiro"

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Família de Kézia diz que advogado agredia vítima durante brigas e teme impunidade: "Ele tem dinheiro"

Por ser advogado, José Luiz de Britto não pode ser levado para a penitenciária e, portanto, está detido na Polinter

Família de Kézia diz que advogado agredia vítima durante brigas e teme impunidade: "Ele tem dinheiro"

Foto: Reprodução/ Redes Sociais

Por: Geovana Oliveira no dia 18 de outubro de 2021 às 16:16

A família de Kézia Stefany, de 21 anos, assassinada pelo namorado na madrugada do último domingo (17), contesta veementemente a linha de defesa do advogado criminalista José Luiz de Britto Meira Júnior. "Estamos indignados, queremos que ele seja homem e assuma o erro dele", diz o irmão da jovem, Mateus Souza, também de 21 anos.  

Os familiares confirmam a versão da defesa de José Luiz sobre as brigas constantes do casal. No entanto, dizem que isso só mostra a natureza do advogado criminalista. "Ele é muito possessivo. Se ela fosse no banheiro, ele tinha que ir atrás", contam. "Toda briga que rolava, ela contava para a gente. Como foi no dia que ele 'rumou' um litrinho [garrafa de vidro] no pé dela, que quebrou e rasgou o pé dela. Teve que levar para o hospital e quando ele viu o sangue ficou desesperado, começou a chorar", diz o irmão de Kézia. 

"Ele é um cara de várias personalidades. Estava com raiva dela porque queria ter posse. Toda briga ele tinha que dar um murro nela ou coisa assim", conta o primo Tallyn Souza. 

O advogado Domingos Arjones, que defende o também advogado José Luiz de Britto Meira Júnior, diz que o homem está "completamente devastado" após o assassinato brutal. O crime aconteceu em um prédio de luxo no Rio Vermelho. "Foi um disparo acidental. Ela foi para cima dele e ele reagiu, mas não queria matá-la", pontuou.

Os primos também negam que a irmã tenha sido a responsável por apontar a arma para o advogado criminalista. "A arma ficava guardada em um cofre. Só ele que tinha a senha do cofre. Por que daria a senha pra ela? Não tem lógica, ele está falando isso para disfarçar", diz Danilo Souza, de 24 anos. 

Mateus se indigna ainda ao ver os comentários que estão sendo feitos sobre sua irmã. Entre os gritos de "queremos justiça" da família, Tallyn nega as versões espalhadas pelas redes sociais sobre Kézia ser garota de programa. "Você deve estar vendo várias coisas que estão sendo ditas, de que a menina era garota de programa, isso é para tirar a culpa dele e colocar na menina", diz. Para os familiares está claro: "o que ele fez foi feminicídio", argumentam os primos e irmão. 

"Independente do que minha irmã pode ter feito, nada leva ele a fazer o que fez", desabafa Mateus. "Ele almoçou com minha tia [mãe de Kézia] um dia antes disso, disse que amava minha irmã, que ia dar tudo para ela, e agora faz isso. E é injustiça, quero que o povo pare de falar a história dela, deixe ela descansar em paz". 

A família teme que o advogado não seja punido por ter meios para se defender. "É uma situação que complicada, porque nossa família não vem de muita condição, a família dele tem muita condição. Vai ter audiência dele de custódia e sei que ele vai para a rua, ele tem estudo, tem dinheiro. Só vão falar disso quando acabar", lamenta Tallyn. 

Em coletiva nesta segunda-feira (18), na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), os delegados André Garcia e Zaira Pimentel disseram que a perícia já foi feita na cena do crime, bem como requisitaram os celulares da vítima e do suspeito, além de câmeras do circuito interno de segurança, do prédio de luxo no Rio Vermelho.  

Por ser advogado, José Luiz de Britto não pode ser levado para a penitenciária e, portanto, ele está detido na Polinter.