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‘Rádio te obriga a prestar atenção’, avalia autora do ‘Retrato Narrado’

Política

‘Rádio te obriga a prestar atenção’, avalia autora do ‘Retrato Narrado’

Carol Pires mostra em podcast com depoimentos de afetos e desafetos como Jair virou Bolsonaro

‘Rádio te obriga a prestar atenção’, avalia autora do ‘Retrato Narrado’

Foto: Reprodução/ Youtube

Por: Luciana Freire no dia 09 de dezembro de 2020 às 19:30

A jornalista e roteirista Carol Pires comentou hoje (9) sobre o ‘boom’ do podcast nos últimos anos, acentuado pela pandemia, como representativo de uma geração que quer ser produtiva. Para ela, o rádio é uma mídia importante porque exige atenção do ouvinte.

"O podcast tem essa coisa de que você pode ouvir fazendo outras coisas. As pessoas gostam de dizer que ouviram, que gostaram e o que estavam fazendo enquanto ouviam. É muito representativo do nosso momento que quer fazer o dia produtivo. Acho que tem uma coisa muito legal do rádio: te obriga a prestar atenção. Se você não tem a imagem, tem que imaginar. Você fica mais disposto a entender a mensagem, pensar sobre o que estão propondo", conta a jornalista em entrevista à Rádio Metrópole.

Carol Pires é responsável pela série original do Spotify e da revista piauí, produzida pela Rádio Novelo, “Retrato Narrado”, que conta com depoimento de amigos, familiares, vizinhos e colegas, afetos e desafetos do presidente Jair Bolsonaro. Segundo Carol, seu maior desafio foi entender a criação do mito Bolsonaro nas redes sociais.

"Quando eu comecei a pesquisa foi como se fosse um apagão na minha carreira de jornalista. Não tinha visto nada daquilo acontecer. Não tinha percebido a movimentação da 'nova direita' na internet. Para mim, como jornalista, o podcast era uma forma de entender todo o processo - preciso entender para explicar - ele parte de um lugar que eu estava confusa sobre tudo que tinha acontecido", diz Carol.

Questionada sobre o tratamento de Bolsonaro com a mídia, Carol conta que ao se aprofundar na história do atual presidente é muito revelador o quanto ele conhece a imprensa e sabe utilizá-la para difundir seu discurso. “Seu pai era um leitor de jornais, ele também. E sabe brincar com isso, estar sempre presente nas notícias”, diz Carol. E continua: Ele sabe falar a coisa mais extremista radical para os jornais, e sabe fazer outro discurso para a base nas redes, um discurso menos histriônico. Sabe usar esses 'pequenos escândalos' na imprensa para chamar atenção, ou desviar".