
Política
Elmar diz que Câmara já pensa no pós-pandemia e avalia que 'governo atrapalhou a ele mesmo'
Para deputado, 'não há como tapar o sol com a peneira'

Foto: Metropress
O deputado federal Elmar Nascimento (DEM-BA) comentou o trabalho do Congresso Nacional no enfrentamento da pandemia da Covid-19 no país. Em entrevista a Mário Kertész hoje (7), na Rádio Metrópole, ele afirmou que, se não houver planejamento, o Brasil não conseguirá sair da crise econômica.
"A gente está tentando sobreviver e dar a nossa contribuição para a construção de um mundo pós-pandemia. Acho que temos dois focos e ontem votamos a questão da autorização para empresas comprarem vacinas. De um lado essa pauta de saúde, do outro votando temas econômicos. Temos que planejar, trabalhar e plantar agora para poder colher logo ali na frente, diferente de outros países. Os EUA anunciaram um plano de recuperação econômica de trabalho da ordem de mais de 3 trilhões de dólares. O Brasil não tem popança eterna e não tem condições para isso. Precisa de pelo menos segurança jurídica para oferecer aos investidores e estar preparado para esse pós-pandemia", afirmou o parlamentar.
Questionado por MK, Elmar falou que o governo tem papel central na crise por conta da falta de uma estratégia de combate à pandemia. O deputado citou o negacionismo como um dos grandes problemas para evitar a alta de casos de Covid-19. "Não há como tapar o sol com a peneira. Não há como negar que o governo atrapalhou a ele mesmo. Essas posturas negacionistas fizeram com que o Brasil tivesse atrasado em relação a outros países com relação à competição. A diplomacia talvez tenha sido o que mais me atrapalhou. O discurso de posse do ministro das Relações Exteriores nos enche de esperança no sentido de tentar corrigir os rumos, embora tardiamente", disse o deputado federal.
Elmar Nascimento ainda abordou a volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao cenário político e como ele pode mudar a corrida eleitoral de 2022. "A impressão que se tem de toda estratégia política, e digo sempre desde que se foi colocada a possibilidade de reeleição no Executivo, seja municipal, estadual ou federal, quem está no poder, só perde para ele mesmo. A estratégia política toda do governo mostra que eles queriam uma polarização com o PT, não Lula. Lula é maior que o PT. O PT está muito pequeno e Lula é maior. É um animal político. Ele sabe que precisa e está tentando se reaproximar do centro para tentar crescer e tornar sua candidatura viável. As últimas pesquisas têm demonstrado que esse fato ainda não ocorreu" considerou.
"Temos um eleitorado consolidado do presidente Bolsonaro em torno de 25%. O ex-presidente Lula está mais ou menos desse tamanho, um pouco mais ou um pouco menos. E tem uma massa inteira que não conseguiu encontrar ou identificar um candidato de centro que a gente percebe que não quer a volta ao passado com o presidente Lula, com todos os problemas enfrentados pelo seu partido pela corrupção", acrescentou o deputado.
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