Faça parte do canal da Metropole no WhatsApp >>

Terça-feira, 26 de março de 2024

Política

Oposicionistas e até ex-aliada criticam Bolsonaro por defender abandono de máscara

Presidente cogitou parecer do Ministério da Saúde autorizando medida contrária às recomendações sanitárias

Oposicionistas e até ex-aliada criticam Bolsonaro por defender abandono de máscara

Foto: Instagram/Reginaldo Ipê/Instagram/Montagem Metro1

Por: Metro1 no dia 11 de junho de 2021 às 11:09

O presidente do PT na Bahia, Éden Valadares, divulgou nota nesta sexta-feira (11) em que critica a declaração do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a favor da desobrigatoriedade do uso de máscaras para pessoas vacinadas contra a Covid-19 e que já foram infectadas pela doença. Em um evento em Brasília, na quinta-feira (10), Bolsonaro cogitou a possibilidade de o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, elaborar um parecer autorizando a medida, contrariando recomendações das autoridades sanitárias. Médicos infectologistas ouvidos pelo Metro1 criticaram a fala e a avaliam como "perigosa".

“Não bastasse receitar cloroquina e trabalhar contra a vacina, Bolsonaro agora manda as pessoas retirarem as máscaras. Ele não tem empatia nem compaixão com a vida das pessoas, e a CPI da Covid já tem provas robustas da sua responsabilidade no agravamento da pandemia”, afirmou Eden Valadares.

Segundo o dirigente petista, caso as contaminações voltem a aumentar no país, como já preveem epidemiologistas, o presidente deve ser responsabilizado por incentivar o abandono da proteção facial. “Se a terceira onda de mortes no Brasil vier, a culpa é novamente de Bolsonaro. Por isso os movimentos sociais, partidos políticos, as frentes populares irão às ruas. Para deixar um recado: não tire a máscara, tire o Bolsonaro”, acrescentou Valadares.

A vereadora de Salvador, Marta Rodrigues, disse que a tentativa de Bolsonaro em desobrigar o uso de máscaras pela população é uma demonstração do "alto nível de periculosidade que ele representa em níveis nacional e internacional". 

“Estamos chegando em meio milhão de mortes. O país só tem 11% de sua população imunizada, com as vacinas chegando numa lentidão explicitamente vergonhosa diante do mundo. Bolsonaro se mostra o maior inimigo do povo brasileiro ao tentar desobrigar o uso máscaras, levando a população à reinfecção e e à beira da morte. A história não perdoa os genocidas“, disse Marta,  que é presidente da Comissão de Direitos Humanos e Democracia da Câmara de Salvador.

“Chegamos num abismo onde o presidente é quem empurra a população para a morte”, rechaçou Marta, também por meio de nota.

Ex-bolsonarista também repudia fala

Ex-aliada de Bolsonaro, a deputada federal Dayane Pimentel (PSL), por sua vez, usou as redes sociais para repudiar a fala do presidente. "O mundo que vacina pode “desobrigar” a máscara. O Brasil pode se recolher ao seu lugar de NEGACIONISTA ou vacinar em massa. Mas o beócio escolheu continuar negando a gravidade da pandemia", escreveu Dayane, num post em que compartilha a declaração do chefe do Executivo.