Política
Brasil discute se terá golpe "como se fosse uma coisa trivial", critica Cantanhêde
A jornalista e colunista do jornal Estado de S. Paulo criticou ainda a relação entre Bolsonaro e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira
Foto: Reprodução/Radio Metrópole
A jornalista e colunista do jornal Estado de S. Paulo, Eliane Cantanhêde, disse, nesta quinta-feira (4), que é "inacreditável" o Brasil ainda discutir se haverá golpe ou não. Para ela, o tema tem sido debatido no país "como se fosse uma coisa trival".
"É muito impressionante - quase inacreditável - como o Brasil discute isso rotineiramente: vai ter golpe ou não vai ter golpe? Como se fosse uma coisa trivial falar em golpe em qualquer país. Ainda mais em uma democracia como o Brasil. É inacreditável isso. O presidente da República não para de ameaçar o país com golpes", criticou Cantanhêde, em entrevista a Mário Kertész, na Rádio Metropole.
Segundo a jornalista, muitos integrantes da Forças Armadas apoiam Bolsonaro, e seguem o lema do ex-ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello, "um manda, e outro obedece". É o caso do ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, e do candidato a vice-presidente Braga Netto.
"Eles (Paulo Sérgio e Braga Netto) tinham uma ótima imagem no Exército, nas Forças Armadas, mas estão jogando tudo fora para seguir o lema do Eduardo Pazuello, um general que envergonha as Forças", avaliou.
Eliane Cantanhêde criticou ainda a relação entre Bolsonaro e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP). Segundo ela, o presidente da República desde o início do governo se "pendurou logo" no Centrão.
"O presidente Bolsonaro não governa, ele desde o primeiro dia faz campanha. Faz ato político ideológico. Ele ajudou a campanha do Arthur Lira a presidência, e um faz o jogo do outro. Arthur Lira está a serviço de Bolsonaro, e Bolsonaro a serviço de Arthur Lira. Aí é um casamento de conveniência muito firme", pontuou.
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