
Política
Grampo foi feito após Moro ordenar término de interceptações; PF culpa operadora
A ligação telefônica entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), divulgada na noite da última quarta-feira (16), pelo juiz Sérgio Moro, foi gravada após a ordem do juiz que investiga a Operação Lava Jato determinar a paralisação das escutas pela Polícia Federal. [Leia mais...]

Foto: Agência Brasil
A ligação telefônica entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), divulgada na noite da última quarta-feira (16), pelo juiz Sérgio Moro, foi gravada após a ordem do juiz que investiga a Operação Lava Jato determinar a paralisação das escutas pela Polícia Federal.
De acordo com informações do governo, os telefones de Lula e de pessoas próximas a ele foram interceptados pela Polícia Federal com autorização do juiz, atendendo pedido do Ministério Público Federal (MPF).Na manhã de quarta, às 11h12, Moro determinou que a PF parasse de realizar as escutas, após entender que as diligências autorizadas por ele tinham sido cumpridas e não havia mais necessidade de continuar com o grampo.
"Tendo sido deflagradas diligências ostensivas de busca e apreensão no processo 5006617-29.2016.4.04.7000, não vislumbro mais razão para a continuidade da interceptação. Assim, determino a sua interrupção. Ciência à autoridade policial com urgência, inclusive por telefone", ordenou.Porém, a conversa telefônica entre o ex-presidente e Dilma foi gravada às 13h32.
Em nota, a PF informou que a interrupção das interceptações foi feita pelas operadoras de telefone. "A interrupção de interceptações telefônicas é realizada pelas próprias empresas de telefonia móvel. Após o recebimento de notificação da decisão judicial, a PF imediatamente comunicou a companhia telefônica. Até o cumprimento da decisão judicial pela empresa de telefonia, foram interceptadas algumas ligações. Encerrado efetivamente o sinal pela companhia, foi elaborado o respectivo relatório e encaminhado ao juízo competente, a quem cabe decidir sobre a sua utilização no processo", diz nota da PF.
Cristiano Zanin, um dos advogados de Lula, classificou a divulgação como "arbitrária". “Foi uma arbitrariedade muito grande. Um grampo envolvendo uma presidenta da República é um fato muito grave, nós entendemos que esse ato está estimulando uma convulsão social, e isso não é papel do Poder Judiciário”, disse o advogado.
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