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Diferente do Rio de Janeiro, Prefeitura de Salvador já vetou projeto que tornava baiana de acarajé como patrimônio imaterial

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Diferente do Rio de Janeiro, Prefeitura de Salvador já vetou projeto que tornava baiana de acarajé como patrimônio imaterial

A matéria foi de autoria do vereador Sílvio Humberto, mas foi negada por quesitos formais da proposição

Diferente do Rio de Janeiro, Prefeitura de Salvador já vetou projeto que tornava baiana de acarajé como patrimônio imaterial

Foto: Jefferson Peixoto/Secom

Por: Metro1 no dia 30 de outubro de 2023 às 15:04

Atualizado: no dia 30 de outubro de 2023 às 15:30

Na última semana, o governo do Rio de Janeiro reconheceu o acarajé como patrimônio histórico e cultural do estado. Apesar da discussão gerada sobre esta ser uma tradição soteropolitana, a Prefeitura de Salvador vetou um projeto de lei que tornava o ofício das Baianas de Acarajé como um Patrimônio Imaterial, Cultural e Histórico da Cidade de Salvador.

A proposição foi feita pelo vereador Silvio Humberto (PSB), em 2017, e o veto foi consumado em 2020. “Enquanto o Rio com todo direito e legitimidade reconheceu, em Salvador, cidade na qual historicamente o alimento sagrado também foi trazido pelas negras escravizadas e é bastante consumido na culinária e por adeptos do candomblé, vivenciamos o atraso do impedimento de valorizar a atividade de quem o produz”, disse o vereador, que é também presidente da Comissão de Cultura.    

Na justificativa do veto, o então prefeito ACM Neto (União) utilizou de argumentos formais para negar provimento à matéria. Segundo ele, o reconhecimento deveria se dar por meio de procedimento administrativo a ser conduzido pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, conforme diz o ofício nº 06/2020 encaminhado à Câmara.

Entenda o caso:

No último dia 24 de outubro, foi sancionado no Rio de Janeiro a Lei 10.157/2023, de autoria das deputadas estaduais Renata Souza (Psol), Dani Monteiro (Psol) e Átila Nunes (MDB).  "O acarajé é uma especialidade gastronômica das culinárias africana e afro-brasileira. Trata-se de um bolinho feito de massa de feijão-fradinho, cebola e sal, e frito em azeite de dendê. Seu nome vem da língua africana iorubá, onde ‘akará’ quer dizer 'bola de fogo' e ‘jé’ significa 'comer'", afirmou o governo carioca ao sancionar.

Assim, o acarajé em si é patrimônio no estado do Rio, mas não na Bahia, que considera o ofício das Baianas e sua venda em tabuleiro como símbolo tradicional. Já na capital soteropolitana o debate se centra no fato de que esta profissão não foi reconhecida, visto o veto de ACM Neto ao projeto de Silvio Humberto, como uma atividade de relevância histórica.