Política
'Sou o maior interessado em provar a minha inocência', diz Silvio Almeida em pronunciamento
“É preciso combater a violência sexual fortalecendo estratégias compromissadas com um amplo espectro de proteção às vítimas", citou no comunicado
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Silvio Almeida, ex-ministro dos Direitos Humanos denunciado por assédio sexual, declarou ter pedido a saída dele do Ministério para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A justificativa seria garantir "total liberdade e isenção às apurações”. Em nota, Silvio ainda defendeu o acolhimento a vítimas de violência e disse ser inocente.
“Nesta sexta-feira (6), em conversa com o Presidente Lula, pedi para que ele me demitisse a fim de conceder liberdade e isenção às apurações, que deverão ser realizadas com o rigor necessário e que possam respaldar e acolher toda e qualquer vítima de violência”, iniciou o comunicado.
Silvio reafirmou no pronunciamento a importância do combate à violência sexual e defendeu a segurança e a proteção da mulher. “É preciso combater a violência sexual fortalecendo estratégias compromissadas com um amplo espectro de proteção às vítimas. Critérios de averiguação, meios e modos de apurações transparentes, submetidos à controle social e com efetiva participação do sistema de justiça serão a chave para efetivar políticas de proteção à violência estimulada por padrões heteronormativos”, disse.
No texto, ele diz que não colocará em risco “o progresso alcançado em defesa do povo invisibilizado, vítima de um massacre ininterrupto, pobre, favelado e à margem do processo civilizatório”. Em trechos, ele ainda fala sobre sua atuação no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.
“Ao longo de 1 ano e 8 meses à frente do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, reconstruímos a política de direitos humanos no Brasil. Acumulamos vitórias e conquistas durante essa jornada que jamais serão apagadas [...] As conquistas civilizatórias percebidas pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) correm risco de erosão imediata, o que me obriga a ir ao encontro das lutas pelas quais dediquei minha vida inteira”, escreveu.
Em nota, o ex-ministro diz que a apuração será uma oportunidade para que ele tenha a inocência provada e se reconstrua. “Em razão da minha luta e dos compromissos que permeiam minha trajetória, declaro que incentivarei indistintamente a realização de criteriosas investigações. Sou o maior interessado em provar a minha inocência. Que os fatos sejam postos para que eu possa me defender dentro do processo legal”, finalizou.
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