Após crise no INSS e pressão aumentando, Lula considera demitir Lupi

Auxiliares do presidente Lula já admitem a possibilidade real de demissão do ministro da Previdência, Carlos Lupi, em meio à crise provocada por descontos indevidos em benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O presidente estaria insatisfeito com a falta de respostas efetivas e irritado com a condução do caso.

No Planalto, avalia-se que, após uma semana da explosão do problema, Lupi não apresentou soluções para conter os danos à imagem do governo, que tenta recuperar sua popularidade. A situação se agravou com a demora na indicação de um novo presidente para o INSS, após a saída de Alessandro Stefanutto a mando de Lula.

Sem consultar Lupi, Lula nomeou nesta quarta-feira (30) o procurador Gilberto Waller Júnior para comandar o instituto. A escolha teve apoio da Advocacia Geral da União (AGU) e da Controladoria Geral da União (CGU), e o novo presidente já recebeu "carta-branca" para promover mudanças estruturais. 

Durante audiência na Câmara, Lupi defendeu que o INSS não deveria intermediar o relacionamento entre associações e beneficiários, mas admitiu não ter uma solução clara. “Não sei ainda como encaminhar isso”, disse, prometendo discutir internamente. Ele também listou medidas já tomadas, como auditoria e exigência de biometria, mas que, segundo integrantes do governo, não surtiram o efeito esperado.

Colaboradores de Lula avaliam que Lupi, embora não esteja diretamente envolvido no esquema, administrou mal a crise. A condução da situação será analisada nos próximos dias em reuniões reservadas, sem previsão oficial na agenda do presidente.