
Política
PF fecha cerco contra grupo de extermínio acusado de espionar ministros do STF e políticos
Organização criminosa tinha tabela com valores para executar deputados, senadores e autoridades do Judiciário

Foto: Divulgação/PF
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (28) a 7ª Fase da Operação Siameses, voltada a desmontar uma organização criminosa responsável pela prática de crimes como espionagem contra autoridades do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional, além de homicídios por encomenda. A Siameses tem origem em uma investigação lançada para descobrir possíveis mandantes e eventuais coautores do homicídio de um advogado em 2023, em Cuiabá, Mato Grosso.
A organização criminosa é citada em inquérito aberto pela PF para apurar um esquema de venda de sentenças no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e tem entre seus quadros militares ativos e da reserva, supostamente envolvidos em crimes graves. De acordo com a PF, o grupo se autodenominava Comando C4, sigla para Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos, em referência ao chamado Comando de Caça aos Comunistas, organização paramilitar de extrema-direita que atuou nos anos de 1960, durante a durante a ditadura militar
O grupo possuía uma tabela de valores atribuídos à execução de homicídios: R$ 50 mil para executar pessoas normais, R$ 100 mil pra deputados, R$ 150 mil para matar senadores e R$ 250 mil para ministros do Judiciário. Entre os possíveis alvos do grupo, estava Rodrigo Pacheco (PL-MG), ex-presidente do Senado.
Os criminosos tinham armamentos sofisticados, como fuzis de atiradores de elite (snipers) com silenciador, lançadores de dardo, minas e explosivos com detonação remota. A relação com a investigação se dá pelo fato de a Polícia Federal ter encontrado mensagens no celular do advogado morto, Roberto Zampieri, que trazia detalhes do esquema de venda de decisões judiciais no âmbito do STJ.
Ele foi morto em 2023, em Cuiabá, dentro do carro, com dez tiros. A PF confirmou que o fazendeiro Aníbal Manoel Laurindo teria sido o mandante do assassinato do advogado, por causa de disputa envolvendo terras em Mato Grosso avaliadas em pelo menos R$ 100 milhões.
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