
Política
PF diz que Ramagem usou "Abin paralela" para "atingir" partido de Witzel no Rio
Relatório final apresentado pelos investigadores aponta que a 'estrutura clandestina' foi usada para fins políticos no Rio de Janeiro

Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados
O relatório final da Polícia Federal sobre uma estrututura paralela montada na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) aponta que uma estrutura paralela, sob comando do então diretor Alexandre Ramagem, foi usada para espionagem ilegal com fins políticos.
Entre as ações clandestinas estavam espionagens ilegais relacionadas ao ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel e o ex-procurador-geral de Justiça do Rio Eduardo Gussem. Segundo o documento, o uso político da Abin foi evidenciado após a agência recrutar um colaborador — uma "fonte humana", no jargão do órgão de inteligência — que era vinculado ao escritório do PSC, partido de Witzel na época.
Anotações atribuídas a Ramagem, apreendidas pela PF, apontam que a ideia era que ele pudesse monitorar, de forma clandestina, opositores políticos do grupo ligado ao então presidente Jair Bolsonaro. Em troca, a PF afirma que ele foi nomeado em um cargo público no governo federal, como assessor técnico do Gabinete Regional do Rio de Janeiro da Presidência da República. A nomeação foi publicada em 17 de março de 2020.
“Nos termos das anotações destacadas de Ramagem, a fonte humana teria sido recrutada para fins políticos com o objetivo de monitorar de forma clandestina opositores Witzel, Gussem (Procurador-Geral do Ministério Público do Rio de Janeiro). A contrapartida para ‘fonte humana’ (motivação) pelas informações repassadas à Orcrim (organzação criminosa) em umas das tarefas direcionadas para obtenção de vantagens de ordem política, nos termos do arquivo “Análise Primeiro Contato.docx”, seria a obtenção de cargo público ‘junto ao grupo político vinculado ao Presidente da República’”, diz trecho do documento.
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