
Política
Moraes e Dino devem oferecer contrapontos ao voto de Fux no julgamento de Bolsonaro no STF
Ministros devem se posicionar contra absolvição do ex-presidente e destacar coerência nas condenações

Foto: Luiz Silveira/STF
A retomada do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) deve marcar a reação dos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino ao voto de Luiz Fux, que absolveu Bolsonaro e condenou o delator Mauro Cid. Moraes, relator do caso, e Dino, recém-chegado à Corte, são esperados para contestar a divergência apresentada por Fux, cujo voto de 13 horas causou desconforto no colegiado e foi recebido com silêncio e anotações críticas por parte dos colegas. As informações são do blog de Isabel Mega na CNN.
O principal ponto de tensão é a diferença de tratamento entre Bolsonaro e Cid. Fux validou a delação do ex-ajudante de ordens, mas votou por sua condenação, ao mesmo tempo em que absolveu Bolsonaro de todas as acusações. Moraes, por sua vez, já indicou que vê responsabilidade do ex-presidente nos atos de 8 de janeiro e defende uma linha de responsabilização mais ampla, baseada em uma atuação orquestrada para atentar contra a democracia. Dino, alinhado com a defesa do Estado Democrático de Direito, também deve seguir essa linha.
A expectativa é que os votos de Moraes e Dino destaquem a conexão entre os réus e rejeitem interpretações que isolem Bolsonaro das ações investigadas. A divergência aberta por Fux evidenciou seu isolamento na Primeira Turma, tanto pelas inconsistências apontadas quanto por sua postura distante durante os intervalos da sessão. O julgamento ainda contará com os votos de Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, que, apesar de manterem perfis mais objetivos, tendem a reforçar a posição do relator.
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