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Base aliada vence duelo com a oposição e vai comandar CPI do Crime Organizado

Política

Base aliada vence duelo com a oposição e vai comandar CPI do Crime Organizado

O senador Fabiano Contarato (PT-ES) foi eleito presidente da CPI, e Alessandro Vieira (MDB-SE), autor do pedido de criação, será o relator

Base aliada vence duelo com a oposição e vai comandar CPI do Crime Organizado

Foto: Andressa Anholete/Agência Senado

Por: Daniela Gonzalez no dia 04 de novembro de 2025 às 13:31

Atualizado: no dia 04 de novembro de 2025 às 14:21

A bancada aliada garantiu nesta terça-feira (4) o controle da CPI do Crime Organizado ao eleger Fabiano Contarato (PT-ES) presidente da comissão por 6 votos a 5 contra o nome da oposição, o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS). Por acordo interno, Alessandro Vieira (MDB-SE), autor do requerimento da CPI, assumirá a relatoria dos trabalhos.

A comissão, que será composta por 11 titulares e sete suplentes, conta com dois senadores baianos entre os integrantes: Otto Alencar (PSD-BA) e Jaques Wagner (PT-BA), ambos alinhados ao governo. Contarato, que é delegado de polícia e tem trajetória ligada à segurança pública, afirmou: “Não tenham dúvida do meu comprometimento com essa CPI, o que me move está na política. É ter a capacidade de dialogar com os diferentes, de convergir com os antagônicos.”

Ele também declarou: “Que fique claro: eu não apoio a barbárie, não apoio ações violentas ou desumanas. Mas também não podemos, de dentro de nossas casas seguras, bem alimentados e distantes das balas, romantizar a vida de quem precisa seguir as leis de criminosos para se manter vivo.”

E completou: “Essa realidade exige compromisso sério de enfrentamento. O combate ao crime organizado só será eficaz se for contínuo e progressivo. Não pode se amparar em ações isoladas. O Estado precisa retomar o controle das comunidades, oferecer emprego.”

A CPI foi instalada em meio à repercussão da operação das forças de segurança do Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho (CV), que deixou 121 mortos na semana passada. O início dos trabalhos ocorre em um cenário de disputa por protagonismo entre governo e oposição na pauta da segurança pública, pressionados pela opinião pública por respostas à expansão das organizações criminosas no país.

A CPI deve funcionar por 120 dias e pretende apurar: estrutura e expansão de facções como PCC e CV e de milícias; fontes de financiamento e lavagem de dinheiro; domínio territorial e prisional; conexões regionais e transnacionais; atuação e possível infiltração no poder público; apontar mudanças legislativas.

Composição da CPI do Crime Organizado:

Base do governo e aliados: Otto Alencar (PSD-BA), Jaques Wagner (PT-BA, suplente), Rogério Carvalho (PT-SE), Randolfe Rodrigues (sem partido-AP, suplente), Jorge Kajuru (PSB-GO).

Oposição: Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Hamilton Mourão (Republicanos-RS), Sérgio Moro (União-PR, suplente), Marcos do Val (Podemos-ES), Magno Malta (PL-ES), Márcio Bittar (União-AC).