Política
Após chamar operação no Rio de “matança”, Lula cobra aprovação do projeto antifacção no Congresso

Presidente disse que decisão judicial previa prisões, não “matança”, e quer participação da PF nas apurações

Foto: Ricardo Stuckert/PR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (4) que o governo pretende pressionar pela realização de uma investigação paralela sobre a operação policial que deixou 121 mortos no Rio de Janeiro na semana passada, incluindo quatro agentes.
“Vamos ver se a gente consegue fazer essa investigação. Porque a decisão do juiz era uma ordem de prisão, não tinha uma ordem de matança, e houve matança”, disse Lula em entrevista a agências internacionais, durante viagem a Belém (PA).
A operação, realizada no último dia 28 pelo governo do Rio, mirou o Comando Vermelho (CV) nos complexos do Alemão e da Penha, e foi a mais letal da história do estado. Lula explicou que o governo articula para que peritos da Polícia Federal participem das investigações sobre as mortes. O Supremo Tribunal Federal (STF) fará uma audiência nesta quarta-feira (5) para tratar do caso.
No dia seguinte à ação, o governador Cláudio Castro (PL) afirmou que a operação “foi um sucesso” e que as únicas vítimas foram os quatro policiais mortos nos confrontos.
Lula, no entanto, avaliou que a operação “foi desastrosa” do ponto de vista da atuação do Estado. A situação provocou mobilização no governo federal, com os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública), Macaé Evaristo (Direitos Humanos) e Anielle Franco (Igualdade Racial) indo ao Rio para se reunir com o governador.
No domingo (2), o ministro Alexandre de Moraes determinou que o governo do Rio preserve todos os elementos materiais da operação, como perícias e cadeias de custódia, para garantir o controle e a averiguação pelo Ministério Público. O acesso também deverá ser assegurado à Defensoria Pública do Estado.
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