Alcolumbre e Motta não vão à cerimônia de Lula de sanção do Imposto de Renda

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiram não comparecer à cerimônia marcada para a manhã desta quarta-feira (26) no Palácio do Planalto, onde o presidente Lula sancionaria o projeto que eleva para R$ 5 mil o limite de isenção do imposto de renda.  Segundo a coluna de Monica Bergamo na Folha de S. Paulo, a ausência, combinada entre ambos, surpreendeu o governo, já que Lula havia convidado os dois para discursarem na solenidade e esperava sua presença por se tratar de uma medida aprovada pelo Congresso.

Ainda segundo a coluna, o gesto ampliou a crise institucional envolvendo o Planalto e a cúpula do Legislativo. Até então, Alcolumbre e Motta vinham direcionando seu descontentamento aos líderes do PT no Congresso Jaques Wagner no Senado e Lindbergh Farias na Câmara. Agora, após a ausência conjunta na solenidade, o recado passa a ser diretamente para Lula. Segundo aliados, a intenção dos parlamentares foi deixar explícito o desgaste da liderança do Congresso com o governo federal.

A tensão ganhou força após Lula indicar o advogado-geral da União, Jorge Messias, para a vaga aberta no STF, contrariando o nome defendido por Alcolumbre, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Desde então, o presidente do Senado tem atuado para dificultar a aprovação de Messias e marcou sua sabatina na CCJ para 10 de dezembro, com prazo apertado para articulação. Hugo Motta, por sua vez, acumula atritos com o governo desde a rejeição do aumento do IOF na Câmara e na condução do projeto Antifacção, cujo relator indicado por ele  Guilherme Derrite (PP-SP) enfrenta forte oposição do PT.