
Política
Cunha \'lamenta\' ter que desmentir Temer sobre encontro para tratar do impeachment de Dilma
O ex-presidente da Câmara e ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) rebateu, por meio de uma carta divulgada nesta terça-feira (18) pelo jornal O Estado de S. Paulo, as declarações do presidente Michel Temer (PMDB) em entrevista à TV Bandeirantes, concedida no último sábado (15). [Leia mais...]

Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados
O ex-presidente da Câmara e ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) rebateu, por meio de uma carta divulgada nesta terça-feira (18) pelo jornal O Estado de S. Paulo, as declarações do presidente Michel Temer (PMDB) em entrevista à TV Bandeirantes, no último sábado (15). De acordo com Cunha, “não existiu o diálogo descrito pelo presidente com relação aos fatos sobre o impeachment”, ocorrido dias antes da abertura do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Ainda de acordo com o ex-deputado, o encontro aconteceu para submeter a Temer o parecer de abertura do impeachment da petista, preparado por “advogados de confiança” de ambos, dias antes de aceitar a abertura do processo de afastamento na Câmara.
“O verdadeiro diálogo ocorrido sobre o impeachment com o então vice-presidente na varanda do Palácio do Jaburu, 48 horas antes da aceitação da abertura do processo de impeachment, foi submeter a ele o parecer preparado por advogados de confiança mútua, foi debatido e considerado por ele correto do ponto de vista jurídico”, diz o peemedebista em parte da carta.
De acordo com Temer, contudo, na ocasião Cunha o teria procurado dizendo que iria arquivar todos os 12 pedidos de impeachment de Dilma porque teriam prometido a ele os três votos do PT no Conselho de Ética’.'Muito bom. Assim acaba com essa história de você estar na oposição. Até porque eu sou o vice-presidente da República, do PMDB, e fica muito mal essa situação de você estar se posicionando como oposicionista', teria respondido Temer.
Veja a carta na integra:
“Com relação a entrevista do sr. Presidente da República à Rede Bandeirantes no último sábado, dia 15 de abril, repetida no domingo, tenho a esclarecer o que se segue:
Lamento que nesta data, onde se completa um ano da votação da abertura do processo de impeachment na Câmara dos Deputados, comandada por mim, tenha de vir a público desmentir o presidente que assumiu o cargo em decorrência desse processo.
Não existiu o diálogo descrito pelo presidente com relação aos fatos sobre o impeachment e o meu livro detalhará todos os fatos reais sobre o impeachment em ordem cronológica com farta comprovação.
O verdadeiro diálogo ocorrido sobre o impeachment com o então vice-presidente, às 14h da segunda-feira 30 de novembro de 2015, na varanda do Palácio do Jaburu, 48 horas antes da aceitação da abertura do processo de impeachment, foi submeter a ele o parecer preparado por advogados de confiança mútua, foi debatido e considerado por ele correto do ponto de vista jurídico.
Com relação a reunião com o Executivo da Odebrecht, o presidente se equivocou nos detalhes. A referida reunião não foi por mim marcada, embora tivesse tido várias outras reuniões sobre doações marcadas por mim. Nesse caso, o fato é que estava em São Paulo, juntamente com Henrique Alves e almoçamos os três juntos no restaurante Senzala, ao lado do escritório político dele após outra reunião e fomos convidados eu e o Henrique a participar dessa reunião já agendada diretamente com ele.
Efetivamente na referida reunião não se tratou de valores nem referência a qualquer contrato daquela empresa. A conversa girou sobre a possibilidade de possível doação e não corresponde a verdade o depoimento do executivo.”
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