Política
Ex-advogado da J&F aponta contradições em delação de Joesley Batista
Em entrevista ao Jornal Folha de São Paulo, publicada neste domingo (27), o ex-advogado do grupo J&F (controlador da JBS e a Eldorado Celulose Willer Tomaz), que chegou a ser preso após a delação premiada de empresários da JBS, aponta contradições entre Joesley Batista, dono da empresa, e Francisco de Assis e Silva, diretor jurídico. Tomaz, foi acusado de pagar propina ao procurador Ângelo Goulart Villela para repasse de informação privilegiada a Joesley.[Leia mais...]
Foto: Divulgação
Em entrevista ao Jornal Folha de São Paulo, publicada neste domingo (27), o ex-advogado do grupo J&F (controlador da JBS e a Eldorado Celulose Willer Tomaz), que chegou a ser preso após a delação premiada de empresários da JBS, aponta contradições entre Joesley Batista, dono da empresa, e Francisco de Assis e Silva, diretor jurídico. Tomaz, foi acusado de pagar propina ao procurador Ângelo Goulart Villela para repasse de informação privilegiada a Joesley.
“Em depoimentos em junho ao MPF, Joesley e Francisco desmentiram o que delataram à PGR em maio. Joesley, mais recentemente, afirmou que não sabe dizer se é verdade que eu pagava algum valor a Ângelo Goulart. De outro lado, Francisco se retratou do que havia dito antes à PGR e afirmou, no novo depoimento, que soube que eu teria dito que pagava R$ 50 mil a Ângelo, mas que não lembra se isso teria sido dito por mim ou por Joesley. Ou seja, nem os delatores hoje afirmam com certeza ter existido a propina a Goulart. Posso dizer com certeza que não há prova de entrega de valor, por mim, ao Ângelo. Até porque, de verdade, jamais paguei um único centavo a um membro do MPF”, disse.
O ex-advogado do grupo disse ainda ser vítima de armação. "No áudio em que Joesley gravou Temer, ele disse que estava pagando um membro do MPF e um juiz. Após esse diálogo, a Lava Jato pressionou o empresário para saber quem seria o membro do MPF. Num primeiro momento, Joesley afirmou que isso seria uma bravata. Eu acredito que os integrantes do MPF ameaçaram não firmar o acordo caso Joesley não dissesse quem era. Creio que, por se sentir pressionado, Joesley decidiu montar essa estória. No meu caso, a situação é gravíssima. Francisco Assis, monitorado e incentivado pelo MPF, tentou produzir simulacro de provas para se beneficiar com um acordo de delação com benesses jamais vistas anteriormente. A nossa lei não permite que o colaborador, previamente acordado com o MPF, provoque as pessoas para produzirem provas e fatos contra si mesmas. A forma como a investigação ocorreu no meu caso aproxima Joesley e Francisco do instituto do agente provocador: eles criaram o fato, o crime e o próprio criminoso. Tudo foi uma encenação", afirmou.
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