Política
PF diz que "quadrilhão do PMDB" da Câmara era dividido em quatro núcleos
No relatório entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) em que detalha a atuação de políticos do PMDB da Câmara como uma organização criminosa, a Polícia Federal dividiu o grupo em quatro núcleos, cujos integrantes possuem funções específicas. [Leia mais...]
Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
No relatório entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) em que detalha a atuação de políticos do PMDB da Câmara como uma organização criminosa, a Polícia Federal dividiu o grupo em quatro núcleos, cujos integrantes possuem funções específicas. Segundo a investigação, os subgrupos atuavam com divisão de tarefas e de forma compartimentada, de maneira harmônica e independente entre si. A PF elencou o núcleo político/gerencial, o administrativo, o empresarial/econômico e o operacional/financeiro.
Na última segunda-feira (11), a Polícia Federal informou ter encontrado indícios de que o presidente Michel Temer e os ministros Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) e Eliseu Padilha (Casa Civil) cometeram crimes de corrupção. A PF também apontou indícios de envolvimento do ex-ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) e dos ex-deputados Henrique Eduardo Alves e Eduardo Cunha.
Os investigadores apontaram que o núcleo político/gerencial determinava a nomeação de nomes do núcleo administrativo para posições de chefia ou relevância em cargos públicos. Esse indicados tinham que aceitar as relações criminosas com o núcleo econômico/empresarial para viabilizar o desvio de recursos públicos. Após os desvios, segundo a PF, os integrantes do núcleo operacional/financeiro atuavam para efetuar os repasses de vantagens indevidas aos nomes do núcleo político/gerencial.
Sobre os núcleos, os investigadores apontam que o político/gerencial era formado por parlamentares e pessoas ligadas a eles. O administrativo era composto por pessoas colocadas em cargos do corpo técnico de órgãos públicos. Empresários e executivos de grandes empresas nacionais formavam o núcleo empresarial/econômico e operador que atuavam como ‘instituições financeiras clandestinas’ compunham o núcleo operacional/financeiro.
Para a PF, a organização criminosa do PMDB da Câmara identificada na investigação atuou não só na Petrobras, mas também em outros órgãos públicos como a Caixa Econômica Federal, Câmara dos Deputados e Ministério da Agricultura. No entendimento dos delegados, embora as tarefas fossem divididas de forma estruturada, o núcleo político/gerencial tinha ascendência sobre os demais de forma a orientar os que faziam a captação de recursos dos empresário e fazer os valores circularem para financiar o grupo.
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