
Política
Doleiro acusa Temer de ter recebido R$ 2,5 mi de propina do grupo Bertin
Em depoimento à Justiça Federal de Brasília, nesta terça-feira (31), o doleiro Lúcio Funaro afirmou que o presidente Michel Temer recebeu R$ 2,5 milhões de propina do grupo Bertin como contrapartida pela liberação de financiamento do Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS), administrado pela Caixa, ao conglomerado de infraestrutura. [Leia mais...]

Foto: Reprodução/ ITV Globo
Em depoimento à Justiça Federal de Brasília, nesta terça-feira (31), o doleiro Lúcio Funaro afirmou que o presidente Michel Temer recebeu R$ 2,5 milhões de propina do grupo Bertin como contrapartida pela liberação de financiamento do Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS), administrado pela Caixa, ao conglomerado de infraestrutura. Funaro é réu na Operação Sépsis, um desdobramento da Lava Jato que investiga suposto esquema de propinas envolvendo financiamentos do FI-FGTS. Ele fez acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República (PGR).
Funaro ressaltou que o pagamento do grupo Bertin tinha relação com investimento na área de energia. Na época, o atual secretário-geral da Presidência, Moreira Franco, ocupava a vice-presidência de Fundos e Loterias da Caixa, responsável pela gestão do FI-FGTS. Segundo Funaro, o repasse para Temer aconteceu através de doações oficiais ao diretório nacional do PMDB. Depois de conseguir o financiamento com recursos do fundo, o empresário Natalino Bertin acertou o repasse de valores a políticos, sendo que parte da propina foi paga por meio de doações oficiais, relatou o doleiro.
“Quando foi para definir como é que seria a divisão do montante que o Natalino disponibilizou para doações, se eu não me engano, o deputado Eduardo Cunha ficou com um milhão, dois milhões, dois milhões e meio, foram destinados ao presidente Michel Temer, e um valor de um milhão também, um milhão e meio, destinado ao deputado Candido Vaccarezza”, disse Lúcio Funaro.
Ainda segundo ele, os ex-deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Cândido Vaccarezza (Avante-SP) também receberam suborno da empresa para avalizar a liberação de financimento para o grupo Bertin.
Na delação premiada, o doleiro tinha afirmado que distribuiu os R$ 12 milhões de propina do grupo Bertin, sendo 65% para Moreira Franco
25% para Cunha e 15% para ele próprio. Nesta terça, Funaro disse que Moreira Franco atuou, à época em que ocupou a cadeira de vice-presidente da Caixa, para liberar dentro do banco os recursos solicitados pelo grupo Bertin. De acordo com o doleiro, em meio à campanha eleitoral de 2010, um encontro em um hotel definiu valores de doações para as campanhas políticas.
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