Política
Roberto Romano diz que tensão do país pode levar a ‘maior adesão cívica’
“Nunca, em termos da sociedade, houve uma radicalização tão grande”, ressalta filósofo e professor da Universidade Estadual de Campinas
Foto: Reprodução / YouTube
O filósofo e professor da Universidade Estadual de Campinas, Roberto Romano, disse, em entrevista à Rádio Metrópole, que a tensão do país pode levar à “maior adesão cívica”.
“Essa tensão pode ser canalizada no sentido de maior adesão cívica do cidadão, que pode começar de maneira equivocada defendendo palavras de ordem, até mesmo antidemocrática, mas pode descobrir que esses equívocos podem ser corrigidos. O que não pode ser corrigido é a abstenção”, avaliou.
Para o estudioso, o Brasil vive, no entanto, a maior tensão de todos os tempos. “Nunca observei no país uma situação tão tensa como a de hoje. Teve golpes de Estado, contragolpe, as tentativas de golpe contra Juscelino, contra o general Lott, a renúncia de Jânio, o impedimento do Jango… teve toda aquela tensão, mas nunca, em termos da sociedade, houve uma radicalização tão grande”, ressaltou.
Romano entende que a classe política é responsável pelo processo de radicalização, mas o Judiciário também tem sua parcela de culpa. “O nosso Congresso Nacional é campeão na legislação em causa própria. Nesta reforma política, tudo que foi favorável aos que estão no cargo foi aprovado e santificado. Além desses políticos absolutamente destituídos das ideias de representação, tem setores do Judiciário com essa exigência de privilégios, com auxílios moradia, auxílios isso e aquilo”, ressaltou.
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