Política
'Lava Jato abriu caminho para o Bolsonaro' ser eleito presidente, diz jornalista
Kennedy Alencar avalia que, apesar da derrota, Fernando Haddad (PT) sai da disputa "maior do que entrou"
Foto: Divulgação
O jornalista Kennedy Alencar avaliou, em entrevista à Rádio Metrópole, que a Operação Lava Jato "abriu caminho" para Jair Bolsonaro (PSL) ser eleito presidente da República.
"O Bolsonaro tenta agora levar para o governo Sérgio Moro [juiz responsável pela Lava Jato na primeira instância]. Ontem, ele reiterou dois convites para o Moro ou ser ministro de Justiça agora ou aguardar vaga para o STF [Supremo Tribuna Federal]. Essa sintonia dele com a Lava Jato ajudou o Bolsonaro, reforçando um discurso antipetista. A onda antipetista foi forte", ressaltou, ao comparar a Lava Jato com a Operação Mãos Limpas na Itália, que levou Silvio Berlusconi ao Poder.
Kennedy Alencar avalia que, apesar da derrota, Fernando Haddad (PT) sai da disputa "maior do que entrou". "Ele renova o PT. É uma renovação na liderança do partido. Se posiciona para 2022 despontando como líder. Outro possível líder é Ciro [Gomes]. Ele vai disputar com Haddad a liderança da oposição", observa.
O jornalista afirmou que Bolsonaro vai ter que deixar no passado "muitas declarações de cunho autoritário, antidemocráticas" para governar. "Um presidente pode muito, mas não pode tudo. Bolsonaro vai ter que parar de agir como candidato, mas vai ter que agir como presidente. Ontem, ele deu umas respostas infantis ao Haddad no Twitter. Essa questão da Folha [de São Paulo], da publicidade, é muito retrógrada. Ele voltou a falar do kit gay. Mentiu. Presidente tem que pensar melhor no que fala. Passado a campanha, o presidente tem que pesar melhor as palavras", salientou.
Kennedy disse que a classe política subestimou a força das redes sociais e avaliou que o Tribunal Superior Eleitoral "perdeu feio" a guerra da fake news no whatsapp.
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