Política
Esquema da 'propinolândia' da Assembleia do Rio movimentou ao menos R$ 54 milhões
A organização criminosa, chefiada pelo ex-governador Sérgio Cabral, pagava propina a vários deputados estaduais, a fim de que patrocinassem interesses do grupo criminoso na Alerj
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
A Polícia Federal desarticulou um esquema de compra e venda de votos na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) que teria movimentado ao menos R$ 54 milhões. Segundo o superintendente da PF, Ricardo Saadi, a operação Furna da Onça investiga o chamado "mensalinho" da Alerj.
A organização criminosa, chefiada pelo ex-governador Sérgio Cabral, pagava propina a vários deputados estaduais, a fim de que patrocinassem interesses do grupo criminoso na Alerj. O loteamento de cargos no Detran era outra forma de "agrado", de acordo com a investigação. Os valores, de acordo com o Ministério Público Federal (MPF) chegavam a R$ 900 mil.
Foram cumpridos 20 de 22 mandados de prisão - mas três já estavam presos há um ano, quando foi declarada a Operação Cadeia Velha. Dos demais 17, dez são deputados estaduais, cinco deles reeleitos.Também foi alvo da operação o secretário estadual de Governo, Affonso Monnerat, apontado como o canal entre Alerj e Palácio Guanabara.
Estão foragidos o presidente do Detran, Leonardo Jacob, e seu antecessor, Vinícius Farah, em cujas gestões, segundo a força-tarefa, lotearam-se cargos como parte das vantagens indevidas. Houve ainda 47 mandados de busca e apreensão.
De acordo com o procurador-regional da República, Carlos Aguiar, os cargos públicos eram dados como moeda de troca, classificando a Casa Legislativa de “propinolândia”. “As investigações demonstraram que esses personagens lotearam o estado do Rio de Janeiro para viabilizar a execução dos seus interesses políticos. Alerj se tornou propinolândia", declarou.
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