Política
Economista critica 'falta de rumo' da reforma da previdência
Rabello afirma que o tema deve representar algo mais significativo para o cidadão por conta da importância da previdência para o futuro
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
O economista Paulo Rabello, ex-candidato à vice-presidência e ex-presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), criticou a forma de tramitação da reforma da previdência no Congresso Nacional e a forma como ela foi proposta pelo atual governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Em entrevista à Rádio Metrópole hoje (26), durante o Jornal da Bahia No Ar, ele, que também é ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), afirmou que o tema deve representar algo mais significativo para o cidadão por conta da importância da previdência para o futuro.
"A principal importância é que, para a maioria dos brasileiros, esse valor representa tudo o que os cidadãos podem esperar de sua terceira idade como garantia para não depender de caridades dos parentes. Está se fazendo um debate ralo e superficial. Se é um direito que tem que estar garantido no futuro, qual a garantia e quais são os bens e os títulos de crédito que estão de fato garantindo esse futuro? A resposta é, miseravelmente, o INSS não tem nenhuma garantia", afirmou Rabello.
Ainda de acordo com o economista, o novo texto representa uma junção do que já foi apresentado pelo ex-presidente Michel Temer, antecessor de Bolsonaro no cargo. "Ao lermos a proposta atual, ela contém o mesmo defeito, lacuna ou omissão da reforma da previdência proposta por Temer. Essa é a mudança que transformaria uma nova previdência. Hoje há um remendo nas atuais previdências", declarou o ex-presidente do IBGE.
Rabello acrescentou que o texto apresentado pelo governo carece de informações importantes e que não há transparência no processo. "A preocupação única em fazer caixa denuncia um viés e uma falta de rumo naquilo que deveria ser o interesse principal do governo. Qual é o produto que eu vou desenvolver daqui para a frente? Uma baita de uma previdência que, em primeiro lugar, deveria ter transparência sobre o que as pessoas vão contribuir ao longo do tempo. A gente que é empregado ou o que emprega, nós sabemos a forma absurda que é tratada o assegurado", completou.
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