Ministério Público no TCU quer apuração de efeitos de crise no MEC
Pasta vive disputa de influência originada do conflito entre militares e discípulos de Olavo de Carvalho
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Por Juliana Rodrigues no dia 05 de Abril de 2019 ⋅ 11:00
O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União quer que o órgão apure as consequências da atual crise do Ministério da Educação (MEC) em relação ao andamento das políticas públicas da área.
Desde o início de março, a pasta comandada por Ricardo Vélez Rodríguez vive uma disputa de influência que resultou em mais de vinte mudanças de cargos. A última foi ontem (4), quando um assessor foi exonerado e a chefe de gabinete foi substituída.
Sem experiência em gestão e com poucas conexões com o debate educacional, Vélez montou equipe a partir da indicação de vários grupos, a exemplo de militares, técnicos e alunos do escritor Olavo de Carvalho, "guru" ideológico do governo Jair Bolsonaro (PSL).
A notificação do órgão defende análise do TCU de responsabilização "por gestão ineficaz", com possível sanção, e desvio de finalidade pública por causa da influência dos discípulos de Olavo de Carvalho nas decisões.
O texto cita como impactos negativos da atual situação o risco para a realização do Enem, após a falência da gráfica que imprimia a prova, além dos recentes problemas que alunos enfrentaram para a renovação do Fies.
O órgão ainda questiona o abandono do Plano Nacional de Educação (PNE) por parte do MEC e a inação em regulamentar o CAQi (Custo-Aluno Qualidade), que busca traduzir, em valores por aluno, o investimento necessário para garantir o padrão mínimo de qualidade na educação básica. O índice deveria estar pronto desde 2016.