
Política
Temer diz que 'crime de amizade' não existe e acusa 'núcleo da PGR' querer sua cabeça como troféu
Preso durante quatro dias em março, ele afirma ter confiado na idoneidade de parte do seu círculo, que hoje continua detido

Foto: Beto Barata/PR
Michel Temer (MDB) afirmou, em entrevista à Folha de S. Paulo, publicada nesta sexta-feira (12), que não existe "crime de amizade" e que há um núcleo da Procuradoria-Geral da República (PGR) que "quer a cabeça" do ex-presidente como uma espécie de troféu.
O ex-chefe do Palácio do Planalto ficou preso durante quatro dias em março e se tornou réu, por quatro vezes, nas últimas semanas.
"Minha homenagem à Procuradoria-Geral da República e aos promotores públicos em geral. Eles fazem um trabalho extraordinário. Mas há um núcleo, que é um núcleo punitivista. É um núcleo [Temer bate na cadeira] que quer dizer o seguinte: eu quero a cabeça dele, de um ex-presidente da República, na minha sala. Quero um troféu", declarou.
Temer ainda diz ter confiado na indoneidade de parte do seu círculo, que hoje está preso: José Yunes, Moreira Franco, Rodrigo Rocha Loures, Geddel Vieira Lima e o coronel Lima.
"Eu confio enquanto eu os conheci, enquanto conviveram comigo, idoneidade absoluta. Se alguém fez alguma coisa, eles estão se defendendo no Judiciário. Não se pode imputar aquilo que eu chamo de crime da amizade. Se eu conheço fulano, e ele fez alguma coisa, eu sou responsável. É o mesmo raciocínio para dizer: se a empresa tal fala comigo, eu sou responsável pela empresa. Agora, não tenho uma palavra negativa para falar em relação a eles", declarou o ex-presidente.
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