Negação da existência do racismo por chefe da Fundação Palmares é 'crime', afirma Muniz Sodré
Ele compara a nomeação de dirigentes como Sérgio com um "abismo" que é cavado com os próprios pés, já que ele acaba atacando a instituição pública que chefia
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Por Juliana Almirante no dia 04 de Dezembro de 2019 ⋅ 09:25
O sociólogo e jornalista Muniz Sodré declarou hoje (4), em entrevista à Rádio Metrópole, que a negação da existência do racismo pelo chefe da Fundação Palmares, Sérgio Nascimento de Camargo, pode ser considerado "crime racial".
Ele cita que a procuradora Déborah Duprat emitiu um parecer endossando a manifestação do PSOL contra a nomeação para o posto da instituição.
"Essa procuradora está questionando a validade da nomeação para a Palmares de um indivíduo negro que diz que o racismo não existe no Brasil. isso é crime racial. Ele é indicado para uma fundação voltada para combater o racismo e diz que o racismo não existe. É uma atitude claramente racista. Portanto, é crime de racismo. Está previsto em lei", defendeu.
Ao recordar um trecho da música "O mundo é um moinho", do sambista Cartola, ele compara a nomeação de dirigentes como Sérgio com um "abismo" que é cavado com os próprios pés, já que ele acaba atacando a instituição pública que chefia.
"Esse é um abismo que se cava com os pés. Mas tem gente que está botando terra do lado e em frente. Estamos vivendo momento de insatisfação e de mal estar civilizatório. Mas as forças de resistência a isso estão aí", lembra.