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Bolsonaro não tem capacidade de se controlar, diz ex-senador Pedro Simon

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Bolsonaro não tem capacidade de se controlar, diz ex-senador Pedro Simon

Ainda segundo Simon, a proximidade do atual governo com os militares causa preocupação

Bolsonaro não tem capacidade de se controlar, diz ex-senador Pedro Simon

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Por: Matheus Simoni no dia 04 de maio de 2020 às 13:36

O ex-deputado estadual, ex-governador, ex-ministro e ex-senador pelo Rio Grande do Sul Pedro Simon (MDB) considerou como graves as ameaças feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) diante das crises política e de saúde pública no país. Em entrevista a Mário Kertész hoje (4), durante o Jornal da Metrópole no Ar, ele declarou que o presidente representa um risco diante da falta de ações contra o coronavírus. "Acho, com toda sinceridade, que o problema que nós temos é que o presidente não tem a capacidade de se controlar quando tem pela frente um microfone e na frente do microfone um povo batendo palma para ele. Ele não sabe o que ele diz. Já aconteceu várias vezes. Quando reafirmou que iria tirar a embaixada de Tel-Aviv e levar para Jerusalém, quando fez as manifestações contra o Congresso e o presidente da Câmara e contra o então ministro da Justiça. Ele não se controla", disse o político.

Ainda segundo Simon, a proximidade do atual governo com os militares causa preocupação. "Na verdade, é uma grande interrogação que estamos vivendo. O presidente afronta o Supremo e o Congresso Nacional, diz que ele é a Constituição e que tem o apoio das Forças Armadas e faz uma série de ameaças. O que se pode fazer, primeiro, é uma interrogação, inclusive se o Congresso tomar uma situação de afastamento do presidente, teria pela frente o vice-presidente, um general de quatro estrelas, que tem pela frente ministérios que têm generais de quatro estrelas. Em outras palavras, aquilo que o governo fez, quando fechou a Constituição, derrubou o presidente e instalou a ditadura militar de vinte e tantos anos, durante todo aquele período, generais eleitos pelo Congresso sem oposição, de repente assumiria um general com ministério mais militar que tivemos no passado. O que será que acontece? O velho regime militar se instala no poder de forma democrática. Essa é a melhor das hipóteses. As outras são interrogações", acrescentou.

Pedro Simon ainda falou sobre a composição do Congresso Nacional e a aprovação de reformas. De acordo com o ex-senador, é raro, em meio ao sistema político brasileiro, aprovar medidas duras como as que deputados e senadores enfrentaram. "Agora, o Congresso Nacional, desde criança, lá em 1950, quando lutávamos pelas reformas necessárias pelo Brasil, nunca se fez reforma. Esse presidencialismo nosso é uma anarquia e nunca funcionou direito e nunca se conseguiu. Agora, surpreendentemente, no meio de toda essa confusão, o Congresso, no qual a gente tem muitas dúvidas em relação aos seus componentes, que ainda não se apresentaram para merecer a credibilidade da sociedade, as reformas estão saindo. Saiu um reforma da previdência muito boa, um trabalhista boa, a reforma tributária está a caminho indo bem, a reforma política está sendo debatida com seriedade", comentou Simon.