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Amigo de Ernesto Araújo recebeu em dólar e euro, como se estivesse em Paris, para trabalhar em Brasília

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Amigo de Ernesto Araújo recebeu em dólar e euro, como se estivesse em Paris, para trabalhar em Brasília

Segundo o jornal O Globo, diplomata (à esquerda na foto) acumulou diárias no Brasil, auxílio-moradia e salário no exterior, totalizando gasto anual de cerca de R$ 1 milhão

Amigo de Ernesto Araújo recebeu em dólar e euro, como se estivesse em Paris, para trabalhar em Brasília

Foto: Reprodução

Por: Metro1 no dia 14 de maio de 2020 às 11:58

O diplomata Alberto Luiz Pinto Coelho Fonseca, amigo do ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo, recebeu um salário em dólar e auxílio-moradia em Paris, na França, para passar a maior parte do ano passado em Brasília, onde trabalhou junto ao chanceler. A informação é do jornal O Globo, que obteve os dados via Lei de Acesso à Informação (LAI). O Itamaraty alega que os pagamentos foram feitos de acordo com a lei vigente.

Além do salário mensal de cerca de US$ 12 mil (cerca de R$ 66 mil) e do auxílio-moradia de € 48,6 mil pelo ano todo, Fonseca ganhou R$ 36,6 mil em diárias para morar no Brasil por mais de oito meses em 2019. Somando o salário a gratificações, diárias e passagens aéreas, o gasto com o servidor no ano foi de aproximadamente R$ 1 milhão.

Fontes do Itamaraty relataram ao jornal que Fonseca teria ficado com lotação em Paris por mais tempo para completar formalmente seu período de experiência no exterior, necessário para a promoção na carreira. Por essa razão, a transferência definitiva ao Brasil, ocorrida em janeiro 2020, teria demorado.

A primeira convocação do diplomata para uma missão oficial no Brasil ocorreu ainda no governo de transição de Bolsonaro, em dezembro de 2018, e ele só voltou a Paris em abril do ano seguinte. Depois, retornou para passar o mês de maio em Brasília. Do fim de julho até outubro de 2019, estava novamente na capital federal.

O Ministério das Relações Exteriores afirma que o servidor foi chamado para trabalhar na criação da Assessoria Especial de Gestão Estratégica (AEG) do Itamaraty. "O período da chamada a serviço foi proporcional à demanda de trabalho necessária à consecução de seus objetivos", afirma o ministério.