
Política
'Por falta de notícia o jornalismo não vai acabar', diz jornalista Marcelo Coelho
Questionado sobre o futuro político e as eleições de 2022, Coelho avaliou que a esquerda está deteriorada

Foto: Rodrigo Cancela/TV Cultura
O jornalista Marcelo Coelho avaliou a situação do governo de Jair Bolsonaro (Sem partido) em meio à pandemia de coronavírus e a crise política. Em entrevista à Rádio Metrópole hoje (23), ele comentou que, mesmo com atual apoio do Centrão, o governo pode vir a sofrer caso o presidente mantenha sinais autoritários.
"O impeachment está com corpo mole. Mas vai acontecer. Centrão e essa gente toda vai aderir. Entre fechar o Congresso e fazer impeachment, eu posso ser o deputado mais corrupto e safado do mundo, mas eu prefiro manter o Congresso aberto do que apoiar uma atitude de um governo francamente hostil à política tradicional", afirmou.
Ainda segundo o comunicador, que é membro do Conselho Editorial do jornal Folha de S. Paulo, mesmo com os ataques à imprensa, a crise na política e no país não reflete em uma "queda" das notícias. "A gente vai ficando mais velho e continua tomando susto. Nunca tem nada igual. Imagina Trump. É uma coisa impressionante. O jornalismo, por falta de notícia, não vai acabar", comentou.
Questionado sobre o futuro político e as eleições de 2022, Coelho avaliou que a esquerda está deteriorada. Diante da possibilidade de Bolsonaro concorrer novamente ao cargo de presidente da República, um outro nome da direita pode ganhar força. "Por mais que a grande parcela da classe média e da população que votou no Bolsonaro e não queira mais votar no Bolsonaro, pode encontrar alguma outra coisa que não é PSDB ou PT. Pode votar no Sérgio Moro, um candidato muito forte", considerou.
"Entre Ciro [Gomes] e Sérgio Moro, é provável que o descrédito da esquerda leve à eleição de Sérgio Moro. É pensar no que acontece hoje, não numa eleição futura. A oposição ao Bolsonaro eu acho que vai ter sucesso na medida que for desesquerdizada, infelizmente ao meu gosto. Doria ou Moro, quem você quiser, pode ter um peso decisivo. A esquerda tem o peso que tem, mas por saber disso, ela se manteve mais recolhida nesse tempo todo. Enfraquece o Bolsonaro, mas será que fortalece a esquerda?", indagou.
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