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Kakay diz que governo Bolsonaro foi 'gestado nos excessos da Lava Jato'

Política

Kakay diz que governo Bolsonaro foi 'gestado nos excessos da Lava Jato'

Advogado criminalista afirma que momento é o mais delicado do governo em meio à pandemia e crise política

Kakay diz que governo Bolsonaro foi 'gestado nos excessos da Lava Jato'

Foto: Metropress

Por: Matheus Simoni no dia 02 de julho de 2020 às 12:04

O advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, comentou a atual posição do governo em meio à crise sanitária e política. Em entrevista a Mário Kertész hoje (2), durante o Jornal da Metrópole no Ar da Rádio Metrópole, o jurista avaliou o surgimento do governo e creditou ao ex-juiz da Operação Lava Jato e ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro.

"A primeira reflexão que temos que fazer é que esse governo autoritário e genocida que hoje coordena o Brasil foi gestado nos excessos da Lava Jato. Moro, de certa forma, tem a paternidade. Está lá o DNA dele nesse governo que foi legado a nós. Foram os excessos e a coordenação de criminalização da política. Eles tinham um projeto de poder", comentou o jurista.

"A força-tarefa, coordenada ilegalmente pelo juiz Sérgio Moro, nefasto ex-ministro, tinha um projeto de poder que deu certo. Eles gestaram um modelo autoritário e punitivo num momento em que o Brasil estava cansado. Fizeram a criminalização da política e tiraram os políticos 'tradicionais' e vimos esse novo político com a gestação e efetivação desse presidente genocida que não enfrenta sequer a crise sanitária", acrescentou.

Kakay comentou a prática de "rachadinhas" investigada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ). A investigação atinge em cheio a família do presidente Jair Bolsonaro e aponta envolvimento do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). Para Kakay, o chamado "baixo clero" das Assembleias e Câmaras "institucionalizaram a rachadinha".

"É dinheiro público, é grave. Isso foi institucionalizado. Já vi dezenas de casos. Nunca vi um caso começar com prisão com essa força tal, como no caso do Flávio Bolsonaro. Sabe por que acontece? Estava lá o decreto de obstrução de justiça", afirmou o advogado. "Não é por causa da rachadinha que ele está sendo preso. A obstrução de Justiça só existe quando existe investigação do crime organizado. Pode ter certeza, tecnicamente em análise de um advogado, esta prisão nada tem a ver com a rachadinha. Tem a ver, mas não por causa da rachadinha. É o que está por trás. É a milícia colocando as garras mais ainda de fora. Dessa vez, tendo o enfrentamento adequado", acrescentou o criminalista. 

Na avaliação de Antônio Carlos, este é o momento mais delicado do governo Bolsonaro. Para ele, a prisão do ex-assessor Fabrício Queiroz representou uma mudança radical na forma como o presidente passou a fazer aparições públicas. "Quando prenderam Queiroz, houve uma mudança radical do governo. Você não tem mais o presidente se manifestando, a não ser por escrito como se fosse uma pessoa com certa civilização. Para ele deve estar sendo dificílimo. Não vai mais a lugares públicos falar de forma intempestiva e não vê mais o apoio sequer dos militares mais próximos", comentou.