
Política
Jornalista detalha em livro bastidores sobre processo de impeachment de Collor
Luís Costa Pinto conta narrativa da obra "Trapaça" e relação de Pedro Collor com o irmão, o ex-presidente e atual senador Fernando Collor

Foto: Metropress
O jornalista e escritor Luís Costa Pinto detalhou os bastidores da investigação e do processo de impeachment contra o ex-presidente da República e hoje senador Fernando Collor (PROS). Em entrevista a Mário Kertész hoje (27), durante o Jornal da Bahia no Ar da Rádio Metrópole, ele declarou que um dos principais temas abordados no livro "Trapaça. Volume 1 Collor: saga política no universo paralelo brasileiro" é a entrevista do irmão do presidente da República, Pedro Collor. Ele revelou esquemas de corrupção do governo em uma entrevista que acelerou o processo de retirada de Collor do poder.
"Eu fui o jornalista para quem Pedro Collor deu a entrevista que culminou na capa “Pedro Collor conta tudo”. Eu conheci Pedro Collor quando eu chefiava a região de Recife da Veja. Percebi que ele tinha uma relação de muito pragmatismo e um certo ódio e disputa com o irmão", narrou o escritor.
Luís Costa Pinto ainda comentou a forma de abordar o impeachment, ocorrido há quase 30 anos. "A ideia do título do meu livro é que eu conto toda uma narrativa política, passando pelos bastidores, mas mostrando que sempre existem pequenas ou grandes trapaças. Você sempre passa a perna em alguém ou é passado a perna. Seja em disputas internas dentro da redação ou entre redações. Sem falar na política e aí é um conceito que eu destaco muito no livro que é 'aqui em brasília a regra que vale é a lealdade'. Quem disse isso foi Ricardo Fiúza, que na época era líder do PFL lá em Brasília", declarou.
Um dos temas falados no livro é a relação de Pedro Collor com o irmão. De acordo com o jornalista, o ciúme dele com a mulher foi um dos componentes reais daquela disputa. "Eu conheci bem o casal durante aquele período, não imagino que Collor tenha tido qualquer sucesso nessas investidas, mas ele investiu, com dois objetivos centrais: um era agradar o próprio ego, ele era um ególatra, hoje ele é uma pessoa totalmente diferente. Além disso, ele sabia que isso desestabilizava o Pedro", afirmou o escritor.
A entrada da figura de PC Farias na relação entre os dois também é citada em "Trapaça". Paulo César Siqueira Cavalcante Farias foi um empresário brasileiro que ganhou notoriedade na atuação como chefe de campanha de Fernando Collor. O nome dele foi muito citado no processo de impeachment, motivo pelo qual ocorreu a fuga do país e deu base às circunstâncias controversas com que foi assassinado.
"E foi Pedro que apresentou PC Farias lá atrás ao Collor e os dois disputavam o mesmo espaço sobre quem era o personagem mais próximo do presidente que tinha relação próxima com os grandes empresários, só que PC foi mais rápido, então ele virou a referência nessa área empresarial quando Collor foi eleito", narrou. "A intenção do Pedro quando ele me deu entrevista não era derrubar o irmão, mas derrubar o PC no governo e no meio empresarial, mas manter o irmão no poder", acrescentou o jornalista.
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