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Markun diz que militares se veem como "bedel" do país: “É uma questão que o Brasil não resolveu”
Jornalista relembrou episódios da ditadura militar e critica "medo do comunismo"
Foto: Fernanda Vilas/Metropress
O jornalista Paulo Markun disse, em entrevista ao Jornal da Metropole no Ar nesta quinta-feira (30), que os militares se veem como "bedel" do Brasil. Para ele, essa é uma questão mal resolvida no país.
“Há uma questão que o Brasil não resolveu, que é a questão militar. O entendimento de que as Forças Armadas são uma espécie de bedel do Brasil é muito complicado”, pontuou. “Isso está impregnado na cabeça de oficiais que nem tinham nascido em 64 e que veem no comunismo uma ameaça que não faz nenhum sentido. Quem acredita que um partido comunista hoje tem condições de tomar o poder? Isso é uma ilusão”, acrescentou.
Markun falou ainda sobre o período de repressões militares que levaram à prisão do jornalista Vladimir Herzog. “O Vlado era, na época, diretor de jornalismo da TV Cultura. No início de setembro de 75, aconteceram muitas prisões em São Paulo, de pessoas acusadas de pertencerem ao Partido Comunista Brasileiro, eu fui uma dessas pessoas presas. Quando cheguei à prisão, ficou evidente que o Herzog ia ser preso também”, disse.
Em seu relato, Markun relembrou que conseguiu alertar ao colega sobre a iminência de sua prisão, mas Herzog optou por continuar à frente do jornalismo da emissora. “Os jornalistas da redação convenceram os caras que iam prender o Herzog, que ele não fosse preso naquele momento, porque tinha que terminar o telejornal, e ele se apresentou no dia seguinte, porque esse foi o compromisso”, detalhou.
“Ele foi assassinado e desenharam a coisa como suicídio. Teve uma grande manifestação na Praça da Sé na Igreja da Sé de São Paulo”, lembrou. A situação virou objeto dos livros “Meu Querido Vlado” e “Vlado: Retrato da Morte de um Homem e de Uma Época”, escritos por Paulo Markun.
Confira a entrevista na íntegra:
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