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"Mas você vai votar em um ladrão?": Diretor da Quaest explica fenômeno do voto envergonhado em Lula
Felipe Nunes disse que os entrevistados não tinham coragem de revelar publicamente que votariam no petista por não saber como reagir a questionamentos e pelo medo da violência política
Foto: Leonardo Lima/Metropress
Fundador e sócio-diretor da Quaest Pesquisa e Consultoria, Felipe Nunes comentou no MetroPod a pesquisa do "voto envergonhado em Lula" nas eleições de 2022. Segundo o pesquisador, muitos entrevistados diziam que não tinham coragem de revelar publicamente que votariam no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por não saber como reagir a questionamentos e pelo medo da violência política.
"As pessoas não falavam que iam votar no Lula, não punham o broche do Lula, mas elas iam votar no Lula. Isso explicava porque as manifestações de [Jair] Bolsonaro eram enormes e as do Lula não eram tão grandes assim. No segundo turno isso mudou, o eleitor do Lula foi para a rua, apareceu, mas no primeiro turno era uma coisa tímida", relembrou.
Segundo Nunes, o estudo feito pela Quaest foi criticado pela interpretação errada que as pessoas tiveram dele. "Muita gente olhou para aquilo como 'Lula vai ganhar no primeiro turno com certeza', não era isso o que a gente estava dizendo. A gente estava dizendo que a pesquisa que mostrava o Lula na frente do Bolsonaro porque era fato, como aconteceu. Lula ganhou a eleição, mas não havia manifestação pública, as pessoas tinham medo de duas coisas: da violência e de argumentar, porque era difícil mesmo", disse.
"Nas qualitativas, que a gente fez no Brasil inteiro, as pessoas tinham dificuldade de explicar o porquê votavam no Lula quando alguém falava 'mas você vai votar em um ladrão?'. Quando essa pergunta era feita, as pessoas tinham dificuldade de responder. Então o voto envergonhado no Lula aconteceu, tanto que deu a ele a vitória na eleição sem grandes manifestações de rua", falou.
Confira o podcast na íntegra:
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