Quarta-feira, 14 de maio de 2025

Faça parte do canal da Metropole no WhatsApp

Home

/

Notícias

/

Rádio Metropole

/

Discussão sobre inteligência artificial é moda, mas o uso já é antigo, diz Pondé

Rádio Metropole

Discussão sobre inteligência artificial é moda, mas o uso já é antigo, diz Pondé

Filósofo declarou que discussões sobre gênero, ameaças à democracia e IA são ideias cujos significados estão "elastecidos"

Discussão sobre inteligência artificial é moda, mas o uso já é antigo, diz Pondé

Foto: Reprodução/Rádio Metropole

Por: Metro1 no dia 25 de julho de 2023 às 08:53

Atualizado: no dia 25 de julho de 2023 às 10:59

O filósofo Luiz Felipe Pondé falou, nesta terça-feira (25), em entrevista à Rádio Metropole, que a discussão em torno do uso da inteligência artificial, fomentada desde a criação da plataforma ChatGPT, se tornou o que ele caracteriza como "moda". 

O ensaísta repercutiu um artigo que escreveu para o jornal Folha de S. Paulo ("Deus me livre da moda, prefiro a companhia de um clássico como o Demônio"), e declarou que discussões sobre gênero, ameaças à democracia e IA são ideias cujos significados estão "elastecidos".

"Você tem ideias que são moda. Se você quiser não ter problema com ninguém, discuta problemas como gênero e fale sobre ameaças à democracia", provocou. "O problema da moda é que, quando você transforma ideia em moda, ela acaba elastecendo o significado e aí, daqui a pouco, tudo cabe dentro da ideia de ameaça à democracia, ou você fica discutindo inteligência artificial. Eu não conheço sistema mais velho que inteligência artifical", declarou Pondé.

O termo "inteligência artificial" foi cunhado na década de 1950, quando o cientista John McCarthy inventou a linguagem de programação Lisp para conectar humanos e computadores. O termo abrange tudo o que simula a inteligência humana, a exemplo das assistentes de voz Siri e Alexa.

Em seu artigo, Pondé declarou que "prefere a companhia de um velho clássico como o Demônio", ao invés de moda (leia aqui). "Este, eterno como é, sempre será um debatedor elegante e sem pressa de conquistar nada, muito longe de quem 'pensa' para ocupar espaços e engajar mudos", anotou.

Na Metropole, o estudioso defendeu, mais uma vez, a ideia: "O Demônio é um clássico, e sendo ele eterno, é sempre elegante". Escritor e ensaísta, Luiz Felipe Pondé é autor de "Notas sobre a Esperança e o Desespero" e “A Era do Niilismo”, e doutor em filosofia pela USP (Universidade de São Paulo).

Confira a entrevista na íntegra: