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Wilson Gomes avalia comunicação de Bolsonaro e diz que Lula não terá a mesma visibilidade pública
Professor da Ufba disse, nesta quarta-feira (2), que Bolsonaro sabia onde provocar no jornalismo
Foto: Fernanda Vilas Boas/Metropress
O professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Wilson Gomes, avaliou, em entrevista à Rádio Metropole, a comunicação presidencial do ex-mandatário Jair Bolsonaro (PL) e comparou com a do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O pesquisador argumentou que dois elementos são importantes na comunicação presidencial: a visibilidade - "presidente que não é lembrado, é deixado em segundo plano" - e a organização da agenda - o que engloba ser "gostado, ser considerado". Para ele, Bolsonaro foi extremamente eficaz no primeiro aspecto, o que faz com que Lula dificilmente consiga atingir o patamar de visibilidade que o ex-presidente tinha.
"Bolsonaro conseguiu pautar os meios de comunicação no momento de uma transformação. Antes, havia centralidade da televisão, então ter visibilidade era conseguir uma sonora no Jornal Nacional. Isso foi desafiado pela mídia digital. Agora, a maior parte das pessoas formam suas opiniões na internet. E Bolsonaro soube capitalizar essa mudança", afirmou o professor.
Wilson Gomes avaliou que o "cercadinho" da imprensa, no Palácio do Planalto, onde ocorriam as coletivas de imprensa no início do mandato anterior, era um espaço estratégico para Bolsonaro. "Ao invés de brigar por uma sonora ou citação no impresso, ele fazia com que procurassem por ele, fazia declarações estapafúrdias, sabia onde provocar o jornalismo, e isso muda o jogo", analisou.
Para ele, as lives de Bolsonaro eram "fingidamente sem técnica, para parecer espontânas". "Isso Lula certamente não vai conseguir com a ajuda do [Paulo] Pimenta [secretário de Comunicação], e nem com a Secom [Secretaria de Comunicação]. Por outro lado, a imagem que ele quer produzir é outra", avaliou.
Veja a entrevista:
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