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“Subversão da medicina”, diz hepatologista sobre uso dos medicamentos de TDAH e diabetes para emagrecimento

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“Subversão da medicina”, diz hepatologista sobre uso dos medicamentos de TDAH e diabetes para emagrecimento

Raymundo Paraná foi entrevistado na Rádio Metropole nesta quarta-feira (17)

“Subversão da medicina”, diz hepatologista sobre uso dos medicamentos de TDAH e diabetes para emagrecimento

Foto: Fernanda Vilas/Metropress

Por: Metro1 no dia 17 de janeiro de 2024 às 09:15

Entre as dietas milagrosas para emagrecer, na busca pelo ideal perfeito exigido pela sociedade, vê-se de tudo: alimentações extremamente restritivas, ingestão de limão em jejum, chás dos mais variados tipos. Nessa saga, medicamentos utilizados para tratamento de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e diabetes entraram na jogada.

Esses medicamentos têm como efeito adverso a perda de apetite e emagrecimento, o que faz com que tenham se tornado concorridos na corrida pela redução do peso para fins estéticos. Em entrevista à Rádio Metropole nesta quarta-feira (17), o hepatologista Raymundo Paraná explicou os riscos que o uso desses remédios causam em pacientes que não são diagnosticados com as doenças que eles foram feitos para tratar. 

“O Venvanse [usado para pacientes que tratam o TDAH] causa como efeito adverso a perda da fome, por isso muitas vezes os psiquiatras prescrevem e, preocupados com o seu efeito adverso, que é falta de sono e perda de apetite, liberam o paciente do uso no final de semana. O que vemos hoje são profissionais usando para induzir o emagrecimento, isso é uma perversão, uma subversão da medicina. Quando você escreve uma medicação pelo seu efeito adverso, há algo muito errado em quem prescreveu. Ele está prescrevendo pelo risco”, disse. 

O uso da Semaglutida como um cosmético, também foi comentado por Paraná. São medicamentos de tarja vermelha, utilizados para o tratamento da diabetes e devem ser utilizados uma vez por semana. Segundo o hepatologista, é comum casos em que as pessoas usem diversas vezes em apenas um dia.

“Tratam diabetes, reduzem açúcar no sangue e o risco cardiovascular, é um medicamento que tem um lugar claro na medicina e também induz à perda de peso. O que ocorre hoje é uma banalização, o uso em pacientes magros para que eles não engordem, ou pacientes que têm uma visão distorcida do seu corpo, o que é muito comum em mulheres. O laboratório gastou anos para fazê-la eficaz com uma dose por semana, mas vejo pacientes tomando não sei quantos cliques por dia, isso está errado, não está na bula, não tem estudos científicos que comprovem. Vejo pacientes que chegam a usar três ampolas por semana. É uma corruptela da ciência”, declarou.

Confira a entrevista na íntegra: