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Jornalista, Samuel Possebon, define regulação da internet no Brasil como desafio complexo
Interesses divergentes e lobby dificultam aprovação, mas deep fakes podem favorecer avanço da discussão
Foto: Reprodução Rádio Metropole
A regulação da internet no Brasil é um tema complexo, com diversos interesses em jogo. Grupos de comunicação tradicionais, grupos de internet, artistas, empresas de telecomunicações e sindicatos são alguns dos atores envolvidos no debate. Samuel Possebon, jornalista, mestre em Ciências Humanas, Políticas e Tecnologias de Comunicação e diretor da Teletime News, comentou sobre o assunto durante a edição especial do programa Três Pontos da Rádio Metropole, desta sexta-feira (19).
“É difícil primeiro acreditar que alguma coisa vai ser feita, porque sempre que estamos falando de regulação do ambiente de comunicação a expectativa de que isso avance no congresso é mínima porque são muitos os interesses que se cruzam, muitos os atores que atuam nessa frente de batalha”, destaca o jornalista.
Segundo o jornalista, os grupos de comunicação tradicionais, como a Globo e o SBT, eram inicialmente refratários à regulação, mas nos últimos anos passaram a ser mais abertos à ideia, pois perceberam que o ambiente não regulado pode ser prejudicial para elas.
“O mercado de radiofusão acabou virando um balcão de negócios principalmente por conta do avanço dos movimentos evangélicos, existe uma rixa entre Record e Globo. São associações separadas defendendo interesses institucionais completamente diferentes, eles brigam entre si no congresso o tempo todo. A Globo não dá pra dizer que existe uma bancada, mas dá pra dizer com segurança que existe uma bancada da Record, uma bancada evangélica que defende interesses desses grupos de comunicação religiosos”, ressalta Possebon.
Um dos fatores que podem favorecer a aprovação de uma lei de regulação da internet é o medo da disseminação de deep fakes, que podem ser usados para prejudicar qualquer pessoa ou organização. “Você consegue emular uma imagem numa pessoa, um vídeo numa pessoa, falando uma coisa que ela não falou. Você consegue emular a foto de uma pessoa em uma situação em que ela não se encontrava e isso é uma ameaça para todos os lados, assim, talvez determinados atores políticos tenham um certo limite ético de usar ou não utilizar essas ferramentas”, complementa.
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