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Família de construtor baiano se manifesta sobre nome da rua "Escravo Miguel" em Salvador

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Família de construtor baiano se manifesta sobre nome da rua "Escravo Miguel" em Salvador

Família de construtor baiano se manifesta sobre nome da rua "Escravo Miguel" em Salvador

Foto: Reprodução/Google maps

Por: Metro1 no dia 13 de março de 2024 às 19:31

Atualizado: no dia 13 de março de 2024 às 20:19

A Defensoria Pública da Bahia (DPE/BA) recomendou à prefeitura de Salvador a alteração do nome da rua Morro do Escravo Miguel, localizada no bairro de Ondina. Mas o nome é em homenagem a Francisco Miguel do Prado Valadares, um construtor rico que viveu na Bahia. Apesar de sua riqueza, Valadares se considerava um "escravo" por trabalhar excessivamente. Como forma de brincadeira, ele deu o nome de "Escravo Miguel" a uma de suas propriedades, e a brincadeira acabou pegando. 

Valadares chegou a ser homenageado pelo Instituto Histórico da Bahia por sua simpatia com a população afro-baiana. Em entrevista ao Jornal da Cidade, na Rádio Metropole, Paulo Valadares, genealogista e primo de Francisco Miguel, afirma que o nome "Escravo Miguel" era apenas uma brincadeira e que Valadares nunca foi realmente escravo. Ele explica que Valadares era um homem rico e influente que simpatizava com a causa afro-brasileira.

"Ele considerava que trabalhava demais para um homem rico, na época trabalhava para os parentes da Odebrecht. Ele fez uma brincadeira dizendo que era o Escravo Miguel e criou essa história que com o tempo ganhou volume", disse Paulo Valadares, primo de Francisco, em entrevista ao Jornal da Cidade, na Rádio Metropole.

A defensora pública Letícia Peçanha, coordenadora do Núcleo de equidade Racial da DPE, relatou ao G1 que a recomendação parte do princípio que os negros não foram escravos, mas sim escravizados. A sugestão da Defensoria Pública é que a rua seja renomeada em homenagem a uma personalidade negra que tenha contribuído para a luta e resistência do povo afro-brasileiro.

A decisão final sobre a mudança do nome cabe à prefeitura de Salvador. Paulo Valadares cita Carlos Kertész como testemunha da brincadeira de Francisco Miguel. Ele também destaca que quando a rua foi nomeada foi uma época em que o contexto histórico era diferente do atual.