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Aumento de casos de dengue está relacionado a destruição do meio ambiente, afirma fundador da Anvisa

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Aumento de casos de dengue está relacionado a destruição do meio ambiente, afirma fundador da Anvisa

Gonzalo Vecina concedeu entrevista à Rádio Metropole nesta quinta-feira (2)

Aumento de casos de dengue está relacionado a destruição do meio ambiente, afirma fundador da Anvisa

Foto: Reprodução

Por: Metro1 no dia 02 de maio de 2024 às 10:29

Atualizado: no dia 02 de maio de 2024 às 10:37

O fundador e ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Gonzalo Vecina, afirmou que o aumento dos casos de dengue no Brasil tem uma relação direta com a destruição do meio ambiente. A declaração foi feita em entrevista à Rádio Metropole nesta quinta-feira (2).

"Tivemos um aumento muito grande nas temperaturas neste ano. O aumento provavelmente se deve a essas condições que estamos vivendo. Estamos destruindo o meio ambiente e essa destruição leva ao aumento da temperatura - que pode ter outras explicações como o El Ninõ. Isso faz com que o mosquito Aedes Aegypti, que habita em todas as nossas cidade, tenha uma maior circulação. O mosquito ganha autonomia com o calor", explicou.

Segundo Gonzalo, que também é médico sanitarista, quanto maior é o calor, maior é capacidade do mosquito de voar e se reproduzir. Com as altas temperaturas enfrentadas no país, ele prevê que haverá um aumento em casos de doenças associadas ao agente transmissor, como a zika e chikungunya e febre amarela. 

Até a terça-feira (30), o Brasil já registrou mais de 2 mil mortes por dengue somente em 2024. O número supera o quantitativo total do ano de 2023, que foi de 1.094 mortes.

Controle do mosquito

Para ele, a única forma de superar as doenças é controlar o mosquito.  Com o avanço na quantidade de casos de morte pela doença, o governo federal começa a investir em mais liberações de mosquitos geneticamente modificados, que portam a bactéria Wolbachia, responsável de deixar os agentes incapazes de carregar os vírus de diversas arboviroses.

A bactéria é presente em 60% dos insetos da natureza, mas não no responsável pela dengue. Segundo o Ministério da Saúde, até julho novos lotes de Aedes modificados devem ser soltos em municípios de médio porte: Uberlândia (MG), Presidente Prudente (SP), Joinville (SC), Natal (RN) e Foz do Iguaçu e Londrina (PR). O método Wolbachia já está em utilização nas cidades do Rio de Janeiro e Niterói (RJ), Campo Grande (MS) e Petrolina (PE).

Na segunda-feira (29), Minas Gerais inaugurou a primeira fábrica do Método Wolbachia. Localizada na região oeste de Belo Horizonte, o governo estadual prevê uma produção semanal de 2 milhões de "Wolbitos" a serem liberados. Apesar disso, a fábrica só deve entrar em funcionamento em janeiro de 2025.

Vacina contra a dengue

Gonzalo ainda destacou na entrevista a vacina contra dengue que é produzida pelo Instituto Butantan. É esperado que no segundo semestre do ano a Anvisa aprove o imunizante para que a produção possa ser iniciada. Estudos preliminares apontam que a eficácia contra a dengue é de 79,6% para evitar a doença.

"Precisa ainda passar pelo crivo da Anvisa, o que deve acontecer no segundo semestre, de tal forma que no próximo verão nós possamos ter a vacina do Butantan para nos auxiliar a diminuir o número de casos de dengue".

Confira a entrevista na íntegra: