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Médicos vão precisar ser 'reformados', diz sanitarista sobre alto número de faculdades de medicina

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Médicos vão precisar ser 'reformados', diz sanitarista sobre alto número de faculdades de medicina

Gonzalo Vecina Neto concedeu entrevista à Rádio Metropole nesta quarta-feira (7)

Médicos vão precisar ser 'reformados', diz sanitarista sobre alto número de faculdades de medicina

Foto: Vinicius Doti/Fundação FHC

Por: Metro1 no dia 07 de agosto de 2024 às 11:06

Ao criticar o crescimento exponencial de faculdades de medicina no país, o médico sanitarista Gonzalo Vecina Neto afirmou que no futuro muitos problemas serão criados por uma má-formação dos profissionais. Em entrevista à Rádio Metropole nesta quarta-feira (7), ele projetou que uma possível previsão é a necessidade de que esses profissionais passar por uma outra formação.

Dados da  Demografia Médica, divulgados em abril deste ano pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), atualmente o Brasil conta com um índice de  2,8 médicos por mil habitantes e 389 escolas médicas espalhadas pelo país – o segundo maior número no mundo, atrás apenas da Índia. Para Gonzalo, os principais problemas relacionados ao número exorbitante de faculdades se dá porque muitas delas não tem um hospital no qual os médicos podem ser formados ou tem ainda a falta de professores em algumas matérias. 

"Em algum momento vamos ter um problema grave com isso. Tem muita faculdades, muitas sem hospitais, sem professores e esses médicos vão se formar e não vão saber tão bem a medicina como se espera que eles saibam", disse ao pontuar que  caso  o cenário se comprove, esses médicos precisaram passar por uma espécie de segunda formação para serem aptos à atender a população.

Dados do CFM apontam ainda que há 182 processos que buscam a autorização de abertura de vagas para cursos de medicinas e 72,5% deles não cumprem os parâmetros essenciais o funcionamento do ensino médico, como por exemplo a estrutura das cidades.

Entre as exigências pelo Ministério da Educação, para que hajam cursos de medicina em um município, este deverá ter cinco leitos do SUS para cada vaga aberta e um hospital de ensino  ou unidade hospital, com pelo menos 80 leitos que possam se tornar um local de ensino. Dos 182 pedidos para abertura, apenas 50 cidades possuem um hospital de ensino.