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Violência contra indígenas e retrocesso ambiental vêm da ditadura e ressurgem no governo Bolsonaro, diz Hatoum
Em entrevista no Três Pontos desta quinta-feira (8), Milton Hatoum denuncia a continuidade da ocupação bárbara na Amazônia e o legado da ditadura
Foto: Reprodução/YouTube
A destruição da Amazônia e a violência contra os povos indígenas durante a ditadura militar foram lembradas com preocupação pelo escritor Milton Hatoum durante o programa Três Pontos desta quinta-feira (8). O autor apontou a década de 1970 como o início de uma tragédia socioambiental que nunca foi interrompida e que, segundo ele, voltou a se intensificar durante o governo Bolsonaro.
“Pra mim, o que aconteceu na década de 70 foi a grande tragédia brasileira. A destruição urbana veio com as estradas, a Transamazônica, a Perimetral Norte. Estima-se que 8 mil indígenas foram assassinados na ditadura. Foi uma ocupação totalmente bárbara que continuou no governo anterior. Cem mil toneladas de mercúrio estão nos rios. As pessoas bebem isso. E cresce o número de casos de câncer. Isso é gravíssimo”, afirmou.
Segundo Hatoum, cidades como Manaus e Belém, sede da COP30, enfrentam sérios problemas de infraestrutura urbana, refletindo décadas de abandono. Em Manaus, ele disse que metade da população vive sem acesso a esgoto. Para ele, a urbanização precária, a contaminação dos rios e o desmatamento são faces de um mesmo desastre histórico.
Hatoum lembrou que parte da literatura brasileira já tenta retratar essa realidade silenciada, mas alertou que os impactos do que chamou de “ocupação bárbara” continuam a se aprofundar. “Isso terá consequências gravíssimas nas próximas gerações”, concluiu.
Confira a entrevista completa:
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